Os Estados Unidos intensificaram a transferência de armas para Israel, incluindo bombas pesadas MK-84 destinadas ao uso em operações militares na Faixa de Gaza e um possível ataque ao Irã. Isso foi relatado pela mídia israelense, citando dados sobre a chegada de dezenas de aeronaves pesadas de transporte militar Boeing C-17 à base aérea de Nevatim, no sul de Israel. Os aviões entregaram quantidades significativas de munição de depósitos militares americanos ao redor do mundo. As entregas, previamente suspensas pelo governo Joe Biden devido a preocupações sobre seu uso em áreas densamente povoadas, foram retomadas pelo presidente Donald Trump, ressaltando uma mudança nas prioridades da política externa americana.
Segundo as fontes, a ajuda militar visa fortalecer a posição de Israel no contexto do conflito em curso com o Hamas em Gaza, bem como preparar uma possível escalada com o Irã. As negociações para restaurar o acordo nuclear com Teerã estagnaram, e Washington e Jerusalém estão considerando cenários de resposta militar caso os esforços diplomáticos falhem. As bombas pesadas MK-84, capazes de destruir alvos reforçados e criar crateras de até 12 metros de diâmetro, são essenciais para possíveis ataques a instalações nucleares iranianas, muitas das quais estão localizadas no subsolo.
Segundo a Reuters, desde outubro de 2023, os Estados Unidos forneceram a Israel mais de 76.000 toneladas de equipamento militar, incluindo 14.000 bombas MK-84, 6.500 bombas de 500 libras, bem como mísseis Hellfire e outras munições. A retomada dos lançamentos de bombas pesadas em fevereiro de 2025, depois que o governo Trump suspendeu as restrições, levantou preocupações entre grupos de direitos humanos. De acordo com a Ação contra a Violência Armada (AOAV), o uso dessas bombas em áreas densamente povoadas como Gaza resulta inevitavelmente em baixas civis significativas. Em particular, um ataque ao campo de refugiados de Jabaliya em outubro de 2023, usando MK-84s, matou mais de 100 pessoas no que a ONU chamou de "ataque desproporcional".
As entregas atuais coincidem com o aumento das tensões na região. Segundo o The Washington Post, em abril de 2025, o Irã anunciou sua prontidão para acelerar seu programa nuclear no caso de um ataque dos Estados Unidos ou de Israel. A declaração ocorreu após as ameaças de Trump de atacar Teerã, a menos que o país desistisse do enriquecimento de urânio. A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) alertou em fevereiro de 2025 que o Irã havia estocado urânio enriquecido a 60% suficiente para construir vários dispositivos nucleares em poucos meses. Isso aumenta a pressão sobre Israel, que vê ataques preventivos como uma forma de impedir que Teerã adote uma arma nuclear.
Israel, por sua vez, intensificou as operações de inteligência e ataques contra alvos iranianos na Síria e no Líbano. Em março de 2025, a Força Aérea Israelense atacou depósitos de armas ligados ao Hezbollah, ressaltando o desejo de Jerusalém de enfraquecer a influência do Irã na região, informou a Al Jazeera. O fornecimento de bombas americanas, incluindo munições "destruidoras de bunkers", capazes de atingir alvos subterrâneos, fortalece as capacidades de Israel para tais operações.