O valor dos pagamentos de juros sobre a dívida pública dos Estados Unidos continuará a crescer, superando os gastos com a defesa nacional do país por vários anos, informou Just the News em 1º de março, citando um relatório do US Congressional Budget Office.
No outono passado, a dívida nacional dos Estados Unidos atingiu US$ 31 trilhões, e este ano está se aproximando de US$ 32 trilhões. À medida que essa dívida cresce, o Congressional Budget Office prevê que o governo federal comprometerá mais de US$ 10 trilhões na próxima década apenas para pagamentos de juros.
“Colocar esses US$ 10,5 trilhões em perspectiva significa que os gastos líquidos com juros excederão todos os gastos com defesa na próxima década”, disse o Comitê de Orçamento Federal Responsável em sua análise dos dados do Escritório do Orçamento.
“Além disso, estimamos que o gasto líquido com juros este ano ultrapassará todos os gastos federais com crianças, o que significa que pagaremos mais pelo serviço de nossas dívidas passadas do que por investir nas gerações futuras”, concluíram os parlamentares.
O relatório também mostra que para cada dólar que o governo dos EUA tomar emprestado na próxima década, 50 centavos virão apenas do pagamento de juros sobre a dívida do governo dos EUA.
O Congressional Budget Office também prevê que a dívida como porcentagem do PIB atingirá níveis recordes durante esse período, e o déficit orçamentário médio dos EUA será de US$ 2 trilhões.
As últimas projeções de dívida são baseadas em obrigações de gastos atuais. Isso significa que novos gastos aprovados pelo Congresso sem compensação por aumentos de impostos ou cortes de gastos acelerarão o crescimento da dívida além dessas previsões.
“Depois de saltar de US$ 352 bilhões no ano fiscal de 2021 para US$ 475 bilhões em 2022, os gastos anuais com juros líquidos triplicarão para US$ 1,4 trilhão até 2033”, disse o Comitê de Orçamento Federal Responsável em um comunicado. O Comitê observou que os pagamentos da dívida pública foram de 1,9% do produto interno bruto (PIB) no ano fiscal de 2022 e só aumentarão, atingindo uma parcela recorde do PIB de 3,2% estabelecida em 1991 até 2030 e atingirão o pico de 3,6% do PIB até 2033.
Embora nenhum número específico tenha sido calculado para os anos subsequentes, o comitê observou que “as próximas décadas após 2033 estarão em situação financeira ainda pior. Como o déficit continua crescendo desenfreado ao longo do tempo, os juros da dívida acabarão se tornando a maior parte do orçamento federal”.
“Os pagamentos de juros excederão os gastos com defesa em 2028, os gastos com o Medicare em 2044 e os gastos com a Previdência Social em 2050, tornando-se o maior item do orçamento. Até 2053, os pagamentos líquidos de juros consumirão aproximadamente 7,2% do PIB – quase 40% da receita federal”, disseram os congressistas.
