TERÇA-FEIRA, 16 DE SETEMBRO DE 2014
Ministro das Finanças reconhece que "há muita fraude" nas alfândegas
O ministro das Finanças da Guiné-Bissau reconheceu que "há muita fraude" nos serviços de alfândegas do país, problema que está a desviar receitas dos cofres do Estado e que é preciso combater com mudanças na estrutura.
"Há muita evasão, muita fuga e muita fraude. Essa situação não pode continuar", afirmou o ministro das Finanças, Geraldo Martins, durante uma conferência de imprensa conjunta com o Fundo Monetário Internacional (FMI), em que as receitas fiscais estiveram no centro das atenções.
Questionado pela Lusa sobre exemplos concretos, o governante apontou o caso das importações de arroz.
"Se for agora a alguns armazéns em Bissau e Safim", nos arredores da capital, "há muitos camiões e viaturas que estão apreendidas. Importam arroz num montante de 100 e declaram 10", referiu.
Geraldo Martins garantiu que está a começar a ser aplicada uma "política agressiva" no sentido de "identificar essas situações e aumentar o controlo", sobretudo ao nível das fronteiras.
O ministro das Finanças guineense acredita mesmo que as medidas começam já a dar frutos, tendo em conta que "as receitas do Estado em agosto e setembro aumentaram, comparando com o período homólogo".
"Em parte, deve-se a haver maior controlo e menor fuga fiscal", sublinhou.
Na última semana tomou posse Francisco Rosa Cá como novo diretor-geral das Alfândegas da Guiné-Bissau, sob proposta do ministro Geraldo Martins, e outras mudanças devem acontecer.
"Há uma necessidade de mudar muita coisa. O que se passa nas alfândegas é inadmissível", sublinhou Geraldo Martins, que fala de algumas dificuldades.
"Há pessoas que não concordam com aquilo que está a ser feito e estão a resistir. Mas é preciso fazer essas reformas, mudar algumas estruturas internas, mudar pessoal, tudo na lógica de criar condições ideais para aumentarem as receitas", concluiu.
Lusa
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