sábado, 2 de abril de 2022

Gazprom fecha negócio na Alemanha

 

Gazprom fecha negócio na Alemanha

1 ABRIL 2022 19:02

Foto: Getty Images

A estatal russa terminou a sua participação na Gazprom Germania GMBH, libertando-se de todos os ativos e subsidiárias que a empresa tem no Reino Unido, na Suíça e na República Checa, sem especificar o porquê desta decisão

Em pleno braço-de-ferro entre a Europa e a Rússia em relação à divisa em que se deverá pagar o fornecimento de gás natural, a estatal russa extratora desta matéria-prima, a Gazprom, anunciou esta sexta-feira, 1 de abril, que iria sair da Alemanha. Em comunicado citado pela agência "Reuters", a empresa anunciou que iria deixar o país e acabar com a sua participação na Gazprom Germania GMBH, libertando-se de todos os ativos e subsidiárias no Reino Unido, na Suíça e na República Checa, sem especificar o porquê desta decisão.

Nos últimos meses a Rússia fora alvo de críticas por alegadamente estar a limitar o fornecimento de gás à Europa, altamente dependente de Moscovo para se aquecer e produzir, provocando o encarecimento generalizado dos produtos e serviços. A Alemanha, por sua vez, suspendeu o processo de certificação do Nord Stream 2, um gasoduto que iria fornecer gás russo à Europa Central pelo mar Báltico, em fevereiro. Depois da invasão da Ucrânia pela Rússia do dia 24 de fevereiro, o novo governo alemão guinou, ao que parece definitivamente, a sua política energética para se libertar da dependência russa.

Entretanto, já alvo de sanções, o presidente russo, Vladimir Putin, exigiu o pagamento dos fornecimentos de gás em rublos a partir desta sexta-feira, o que a Alemanha recusa por ter celebrado os contratos em euros. Do lado russo, cogita-se a suspensão dos fornecimentos. Do lado alemão, está em cima da mesa a nacionalização dos ativos da Gazprom em território germânico o que, segundo a "Reuters", Moscovo considera como uma quebra da lei internacional. Perante este estado de coisas, os mercados seguem serenos.

No meio disto tudo, Bruxelas inspeccionou empresas de gás na Alemanha, entre as quais a Gazprom, por suspeitas de abuso de posição dominante.

Especialistas ouvidos pela agência consideram que a Rússia quer centralizar todo o negócio da Gazprom em São Petersburgo - isto é, numa jurisdição mais segura - não se prevendo alterações aos fornecimentos já previstos.

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