quarta-feira, 21 de dezembro de 2022

21 DE DEZEMBRO, 10:00 Revisão da imprensa: Roscosmos construirá mais satélites e Moscou e Minsk usarão nova tática nuclear

 Principais notícias da imprensa russa na quarta-feira, 21 de dezembro

MOSCOU, 21 de dezembro. /TASS/. A Rússia e a Bielo-Rússia usarão a mesma estratégia nuclear dos Estados Unidos e da OTAN, a Roscosmos deve reconsiderar seu programa espacial e construir mais satélites, enquanto o incidente de terça-feira em um importante gasoduto russo dificilmente afetará o mercado, dizem especialistas. Essas histórias foram as manchetes dos jornais de quarta-feira em toda a Rússia.

 

Kommersant: Rússia e Belarus adotarão política nuclear que costumavam criticar anteriormente

A Rússia e a Bielo-Rússia usarão a mesma estratégia nuclear dos Estados Unidos e da OTAN, de acordo com as últimas declarações do presidente russo, Vladimir Putin, e de seu colega bielorrusso, Alexander Lukashenko. Os dois líderes anunciaram após as negociações em Minsk que os aviões de guerra bielorrussos seriam reequipados para usar armas com ogivas nucleares, enquanto suas tripulações estão atualmente passando pelo retreinamento necessário. Enquanto isso, a Rússia há anos critica a OTAN por uma cooperação semelhante que, segundo ela, é contrária ao Tratado de Não-Proliferação (NPT).

O Kommersant pediu ao Ministério das Relações Exteriores da Rússia para comentar se a mais recente cooperação entre a Rússia e a Bielorrússia contradiz o TNP. A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, explicou que as medidas anunciadas pelos líderes da Rússia e da Bielo-Rússia eram uma resposta necessária à prática de longa data da OTAN de conduzir "missões nucleares conjuntas". As bombas e ogivas nucleares dos EUA usadas como parte dessas missões estão sendo atualizadas. Além disso, a OTAN tem intensificado os exercícios nucleares, envolvendo mais membros nessas atividades abertamente anti-russas, observou ela. Zakharova descreveu isso como um aspecto extremamente negativo, já que armas nucleares relevantes podem atingir alvos em solo russo logo após ordens apropriadas.

O diplomata russo também destacou os recentes apelos para expandir o armazenamento de bombas nucleares americanas na Europa e sua redistribuição parcial para o flanco leste da OTAN. "A Polônia, que tem buscado se juntar plenamente a essas 'missões nucleares conjuntas', disse que está pronta para implantar armas nucleares americanas em seu solo. Isso significaria trazer as armas nucleares da OTAN para mais perto das fronteiras do Estado da União", esclareceu Zakharova.

Ela garantiu que as medidas a serem tomadas por Moscou e Minsk estariam em estrito cumprimento dos compromissos dos dois países no TNP. No estágio atual, os sistemas de mísseis Iskander-M serão entregues à Bielorrússia e parte dos jatos Su-25 em serviço com a Força Aérea da Bielorrússia serão reequipados para usar armas nucleares, enquanto a Rússia não planeja compartilhar a tecnologia relevante com a Bielo-Rússia, Zakharova explicou. "Correlacionaremos nossos passos com as políticas da OTAN em relação ao Estado da União e nos reservamos o direito de tomar medidas adicionais para salvaguardar a segurança russa e bielorrussa em caso de ameaças crescentes", concluiu ela.

 

Vedomosti: Roscosmos aumentará produção de satélites

Em entrevista ao Vedomosti, o chefe da Roscosmos, Yury Borisov, reclamou da situação financeira que a corporação espacial estatal enfrenta. Em 2021, suas perdas totalizaram 31 bilhões de rublos, equivalente a US$ 444 milhões em dólares atuais, e esse número pode ultrapassar US$ 50 bilhões (US$ 716 milhões) em 2022, com alguns contratos internacionais cancelados desde 24 de fevereiro.

Além disso, quase todas as principais empresas da Roscomos falharam em cumprir suas obrigações sob seus contratos existentes em 2021 e 2022, lamentou. No entanto, Borisov disse que espera reduzir as contas a receber de sua corporação para um nível razoável até meados de 2024.

E a Roscosmos ajustará seu modelo financeiro a novas tarefas e objetivos e reconsiderará seu programa espacial, prometeu. Existem planos para levantar dinheiro no mercado de títulos para esses fins, disse Borisov. A subsidiária financeira da Roscosmos venderá sua dívida a bancos autorizados e investidores privados nas bolsas russas, com planos de emitir títulos de 10 bilhões de rublos (US$ 142 milhões) no ano que vem. O dinheiro será usado para construir duas usinas satélites - uma na Sibéria e outra na região de Moscou - otimizando ao máximo a logística.

A corporação também pretende atrair empresas privadas para projetos de construção de satélites, uma prática que os EUA vêm empregando há muito tempo, observou Borisov. Segundo ele, a Rússia deve aumentar a produção de satélites para 200-250 anualmente até 2025-2026 a partir dos 15 atuais e construir pelo menos um satélite por dia até 2030 para cobrir as necessidades econômicas do país. Além disso, a Roscosmos está atualmente trabalhando com o setor privado para redesenhar suas atividades espaciais até 2030, disse Borisov.

 

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