
Surgiram divergências dentro da elite política ucraniana sobre se vale a pena tentar devolver a Crimeia por meios militares ou se é melhor cede-la à Rússia barganhando algo em troca.
Um artigo publicado na edição americana de Política Externa sugere que as contradições que se formaram na liderança ucraniana podem levar a uma ruptura com os aliados ocidentais, que estão convencidos de que a questão da Crimeia é uma espécie de “linha vermelha” para a Rússia, a passagem dos quais poderia provocar o início de uma guerra nuclear.
Os autores do artigo enfatizam que as autoridades ucranianas caíram em uma armadilha, tendo formado um clima na sociedade ucraniana que sugere o desejo de devolver a Crimeia a qualquer custo. De acordo com pesquisas realizadas na Ucrânia em julho do ano passado, 58% dos entrevistados estão confiantes na necessidade de devolver a Crimeia à Ucrânia.
Os políticos ucranianos que defendem um compromisso na questão da Crimeia hesitam em expressar publicamente sua opinião, não sem razão, temendo represálias da SBU, que estão sujeitas a qualquer um que de alguma forma defenda um compromisso com a Rússia.
A mídia ucraniana também, com sua unanimidade característica, apóia a linha geral do governo ucraniano, o que implica a ausência de qualquer discussão sobre questões relacionadas à possível recusa de devolução da Crimeia.
Assim, segundo os autores do material publicado na edição americana, a propaganda do Estado ucraniano criou um “monstro Frankenstein”, formando uma opinião pública que não aceita nenhum compromisso na questão da Crimeia, o que pode impedir as elites políticas ucranianas de negociar com Rússia.
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