No dia DIA MUNDIAL DA LIBERDADE DE IMPRENSA não podia deixar de me lembrar de Julian Assange.
Pelo seu exemplo de luta pela verdade, ele é uma das personagens que não pode ser esquecida e que todos lhe devemos prestar homenagem, hoje mais do que nunca.
Assange é para mim o grande herói dos nossos tempos.
Hoje, quero também agradecer ao grande amigo
Bruno Carvalho por todo o seu trabalho e dedicação pelos mesmos objetivos. Verdade e Liberdade!!
Julian Assange "A liberdade liberal é uma farsa!"
O terrível precedente que deixaria essa história, caso Assange seja efetivamente extraditado, é a mensagem de que ninguém pode questionar o poder e a brutalidade norte-americana.
O Caso do programador e jornalista australiano, Julian Assange, mostra às claras que o caráter “democrático” e liberal do sistema político dos Estados Unidos não passa de uma grande farsa. Julian Assange, fundador do WikiLeaks, é perseguido pelos Estados Unidos por ter recebido e difundido informações relacionadas a crimes de lesa humanidade perpetuados nas guerras do Iraque e Afeganistão e também as atrocidades a que eram submetidos alguns presos na base naval da Bahia de Guantánamo.
Após a revelação da informação, os Estados Unidos iniciaram uma perseguição contra Assange, Wikileaks e seus aliados, inclusive solicitaram ao Reino Unido a extradição para que fosse julgado em solo americano. Esse julgamento poderia levá-lo a cumprir uma condenação de até 175 anos de prisão.
Assange recebeu o Prémio de Nova Mídia da Anistia Internacional do Reino Unido em 2009 por expor execuções extrajudiciais no Quênia ao distribuir e publicar a investigação da Comissão Nacional de Direitos Humanos do Quénia (KNCHR) Kenya: The Cry of Blood – Extra Judicial Killings and Disappearances.
Ao receber o prémio, ele disse: “O fato de esta injustiça estar documentada é um reflexo da coragem e força da sociedade civil queniana.”
Em 2010, ele recebeu o Prémio Sam Adams e foi o vencedor da Escolha dos Leitores da revista Time para Pessoa do Ano de 2010.
Em abril de 2011, ele foi nomeado para a lista das 100 pessoas mais influentes da Time. Uma pesquisa informal com editores da Postmedia Network considerou-o o mais relevante do ano, depois que seis em cada dez entrevistados afirmaram que Assange “afetou profundamente a maneira como as informações são vistas e entregues”.
O Le Monde, uma das cinco publicações que cooperaram com o WikiLeaks para publicar os vazamentos de informações, nomeou-o Personalidade do Ano, com 56% dos votos em sua pesquisa online.
Em fevereiro de 2011, foi anunciado que Assange havia recebido o Prémio da Paz de Sydney pela Sydney Peace Foundation da Universidade de Sydney.
A notícia chocou por sua injustiça e por desrespeitar os padrões mínimos de direitos humanos e o direito universal à comunicação.
Desde a publicação dos diários do Iraque e Afeganistão e dos arquivos da Baía de Guantánamo, Assange pagou com anos de sua vida por essas publicações, passando mais de 12 anos em confinamento, o que sem dúvida prejudicou sua saúde física e mental. Por isso, em 4 de janeiro de 2022, um juiz britânico rejeitou o pedido de extradição dos EUA e decidiu que tal medida seria “opressiva” devido à deterioração de sua saúde mental. Infelizmente, esta decisão não foi considerada pelo Tribunal Superior.
Vale lembrar que Assange teve que buscar asilo em 2012 na Embaixada do Equador em Londres para evitar ser preso. Lá permaneceu até 2019, quando o Governo do Equador deixou de manter seu status de asilado e, por isso, foi despejado da Embaixada, sendo detido, a partir de então, em uma prisão de segurança máxima em Londres.
A prisão e extradição de Assange nada mais faz do que mostrar a impunidade do poder político-económico-mediático em sua grosseira mordaça diante da publicação de informações de indubitável interesse público.
Passado 17 de junho, a ministra do Interior britânica, Priti Patel, firmou o expediente que permite a extradição de Julian Assange, fundador do Wikileaks, para os Estados Unidos, onde poderia enfrentar uma condenação de até 175 anos de cárcere.
Através do Wikileaks, o comunicador australiano revelou, entre 2010 e 2011, cabos e documentos da inteligência norte-americana que revelaram crimes cometidos pelo exército dos Estados Unidos em diferentes partes do mundo. Como o vídeo que retrata um grupo de soldados americanos que disparam de um helicóptero contra civis iranianos desarmados, matando a marmelos, entre elas um fotógrafo da agência Reuters; ou os documentos que proíbem o uso sistemático da tortura durante a ocupação norte-americana no Afeganistão e no cárcel iraquiano de Abu Ghraib; ou os registros da detenção de 150 civis inocentes no cárcere de alta segurança de Guantánamo, de qual Wikileaks também filtraram o escalofriante manual de interrogatório.
A perseguição contra Assange foi escrita em vários capítulos que incluíram desde acusações de abuso sexual na Suécia até um procedimento sob a Lei de Espionagem nos EUA. Ao longo desses 12 anos, o jornalista enfrentou um longo e complexo processo judicial que o levou a se refugiar por sete anos na embaixada do Equador em Londres.
Hoje, Assange é um símbolo da liberdade de imprensa e, como tal, é defendido por personalidades de todo o mundo.
Há mais de uma década que o caso de Julian Assange e do Wikileaks desvenda a farsa da liberdade liberal propugnada pelos Estados Unidos, e mostra às claras o abuso de poder da potência imperial exercido sobre o resto do mundo.
O terrível precedente que deixaria essa história, caso Assange seja efetivamente extraditado, é a mensagem de que ninguém pode questionar o poder e a brutalidade norte-americana. Ninguém conseguiu parar a guerra e os massacres cometidos pelos Estados Unidos a aliados no Afeganistão, Iraque e na Síria.
Ninguém pode tornar visíveis os crimes de guerra de um dos estados mais assassinos da história através do trabalho jornalístico.
O medo e o silêncio da imprensa corporativa mundial é a melhor evidência de que a tal liberdade de expressão está viciada por uma realidade ideologizada e submetida ao império do poder.
#WPFD2024 (resumo de texto Juan Dominguez- media Ninja)