quarta-feira, 16 de março de 2022

Ex-chefe militar argentino: os EUA são os "principais responsáveis" pelo conflito na Ucrânia

 

Ex-chefe militar argentino: os EUA são os "principais responsáveis" pelo conflito na Ucrânia

Damasco, 15 de março (SANA)   O general argentino aposentado César Milani, chefe do Estado Maior do Exército argentino entre 2013 e 2015, alertou que a OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) "é a principal responsável" pelo conflito na Ucrânia, por não respeitar a pedidos que a Rússia vem fazendo há anos em relação à sua expansão para o leste.

"A OTAN, a Inglaterra e os Estados Unidos sufocaram e encurralaram Putin e a Rússia, que obviamente consideravam inviável ter a Otan em sua fronteira", disse ele durante entrevista à rádio Rebelde da Argentina.

Milani salientou que, caso aceite a expansão da Aliança Atlântica na Ucrânia, a Rússia deverá aceitar “ter a NATO na sua fronteira, com possibilidade de instalar bases de mísseis de curto e médio alcance, com possibilidade de chegar imediatamente a Moscovo”.

Para entender a posição da Rússia, o ex-chefe de gabinete pediu para imaginar se "os EUA aceitaram que a Rússia instalasse bases em sua fronteira".

Segundo Milani, o conflito na Ucrânia poderia ter sido evitado se fossem ouvidas as exigências "legítimas" que a Rússia já fazia há anos: que a OTAN não se expandisse para sua fronteira e que a Ucrânia respeitasse os acordos de Minsk, nos quais foi acordado o autonomia das repúblicas separatistas de Donetsk e Lugansk e reconhecer a reincorporação da Crimeia na Rússia decorrente do referendo de 2014. Não só o acordo não foi cumprido, mas mais tarde, "as reivindicações da Rússia não foram atendidas", insistiram os militares.

Milani destacou sua rejeição à guerra, que descreveu como "um evento humanamente calamitoso", mas alertou que a operação militar lançada pela Rússia em 24 de fevereiro deve ser considerada um episódio histórico relevante.

"24 de fevereiro é uma data que temos que levar em conta porque alguém se colocou no conselho internacional, bateu forte na mesa e disse 'acabou o unilateralismo'", resumiu, em relação à posição da Rússia perante o Ocidente.

O ex-chefe do Estado-Maior do Exército destacou que, ao mesmo tempo, “nasce uma aliança, uma sintonia fina, entre a Rússia e a China, que passa a forjar uma grande massa potencial geopolítica e estratégica no mundo”.

Fonte: Sputnik

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