A Gazprom disse que as exportações para países que não pertenciam à antiga União Soviética caíram 28,9 por cento entre 1 de janeiro e 15 de junho em comparação com o mesmo período do ano passado.
"O nosso produto, as nossas regras. Não jogamos com regras que não criámos", disse Alexei Miller durante um painel de discussão no Fórum Económico Internacional de São Petersburgo.
No início da semana, a Gazprom reduziu as suas entregas de gás natural através do gasoduto Nord Stream, depois de dizer que a alemã Siemens tinha atrasado o trabalho de reparação das unidades de compressores na estação de compressão de Portovaya.
"Por enquanto, não há como resolver o problema que surgiu com a estação de compressão. A Siemens ainda está em silêncio, a tentar encontrar uma solução", disse Miller.
A Gazprom disse que as exportações para países que não pertenciam à antiga União Soviética caíram 28,9 por cento entre 1 de janeiro e 15 de junho em comparação com o mesmo período do ano passado.
"É claro que a Gazprom está a reduzir o volume de fornecimento de gás à Europa", disse Miller, ressaltando no entanto que os preços aumentaram várias vezes. "Se eu disser que não estamos ofendidos por ninguém, não estou a fingir", disse.
Moscovo perdeu vários clientes europeus de gás depois de exigir que todos os países "hostis" paguem pelo gás natural russo em rublos, numa resposta às sanções ocidentais em relação à intervenção militar da Rússia na Ucrânia.
A Polónia, Bulgária e Holanda tiveram as entregas de gás natural suspensas por se recusarem a pagar em rublos.
O gasoduto Nord Stream foi comissionado em 2012 e fornece gás do noroeste da Rússia para a Alemanha através do Mar Báltico. O lançamento de um segundo gasoduto, o Nord Stream 2, que deveria duplicar as entregas de gás russo à Alemanha, foi interrompido em resposta à intervenção militar de Moscovo na Ucrânia.
"O Nord Stream 2 está sob pressão e o gás pode ser fornecido à Alemanha ainda hoje através dele. Mas não foi colocado em funcionamento porque não é certificado", disse Miller. Os países da UE têm lutado para reduzir a sua dependência da energia russa, mas estão divididas sobre a imposição de um embargo ao gás natural, já que vários estados membros dependem fortemente do fornecimento de energia de Moscovo.
90 a 95% do gás exportado para a Europa está a ser pago em rublos
O vice-primeiro-ministro da Rússia Alexander Novak assegurou hoje que 90% a 95% do gás exportado pela Gazprom para países europeus está a ser pago em rublos, cumprindo o determinado pelo Kremlin.
"Os que exprimiram o seu desejo e convicção mudaram" o pagamento para rublos, assinalou em conferência de imprensa no Fórum Económico de São Petersburgo.
"É uma grande parte se aplicarmos o volume global. O presidente da Gazprom saberá os números exatos, mas são entre 90% e 95%", revelou Novak, sentado ao lado do máximo responsável do gigante do gás, Alexéi Miller.
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