Há 24 anos, a OTAN destruiu um país chamado Iugoslávia.
Desde o fim da Guerra Fria, a Iugoslávia viviam um processo de fragmentação. Os Estados Unidos aproveitaram a ocasião para avançar sua influência em uma área que outrora era aliada dos russos.
Primeiro houve a guerra da Bósnia e sua separação da federação. Depois, os Estados Unidos passaram a insuflar um movimento separatista no Kossovo.
O presidente da Iugoslávia, Slobodan Milosevic, agiu e reprimiu o movimento. Aí os Estados Unidos acusaram-no de fazer limpeza étnica e bombardearam a Sérvia por 78 dias atrás da OTAN. Chamavam hipocritamente de "guerra humanitária".
Destruíram prédios públicos, escolas, hospitais e até bairros residenciais inteiros. Quando o país não tinha mais pontes, estradas ou mesmo estação de água, eles pararam os bombardeios.
A Iugoslávia fragmentou-se definitivamente. Em seguida, Milosevic foi enviado ao Tribunal Penal Internacional e condenado.
Morreu preso e depois disso foi reconhecido que ele não promoveu limpeza étnica, logo foi condenado injustamente por uma manipulação jurídica.
De lá pra cá, a OTAN invadiu e/ou bombardeou o Afeganistão, o Iraque, a Síria, a Líbia, a Somalia e o Iêmen.
"Curiosamente", o caso da Iugoslávia guarda muitas semelhanças com a atual guerra da Ucrânia. Engraçado que os Estados Unidos hoje evocam a integralidade territorial da Ucrânia mas não fizeram o mesmo na Iugoslávia. Intervieram para supostamente conter uma limpeza étnica no Kossovo mas não fizeram o mesmo em Donetsk e Lugansk quando a Ucrânia massacrava russos étnicos.
Da mesma maneira tentam instrumentalizar o TPI agora para condenar Putin. Ou seja, a OTAN e os Estados Unidos usam o direito internacional conforme lhes convém. O que deixou-os furiosos foi que dessa vez, a Rússia agiu antes.
Ou seja, desde o fim da Guerra Fria, pela primeira vez um país quebra o monopólio estadunidense de invadir países. Sinais de um mundo multipolar em que ninguém mais irá aceitar os Estados Unidos agindo como polícia do mundo.
Thomas de Toledo
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