2023-07-03
O jornal americano The New York Times (NYT) publicou um artigo afirmando que o Serviço Federal de Segurança (FSB) e a polícia russa receberam tecnologia para rastrear correspondências em mensageiros criptografados como Telegram, Signal e WhatsApp. De acordo com a informação, os serviços de inteligência já podem saber quem comunica com quem, onde e quando, embora não tenham a capacidade de ler as próprias mensagens.
Um link para documentos de fornecedores de tecnologia de aplicação da lei russos indica que as autoridades russas conseguiram reunir um vasto arsenal de ferramentas para controlar a Internet nos últimos anos.
A líder neste mercado é a empresa Citadel, que criou o desenvolvimento mais perigoso para os russos - o programa NetBeholder. Este programa, criado por uma subsidiária da MFI Soft, é capaz de rastrear para onde é enviado o tráfego criptografado dos mensageiros WhatsApp, Signal ou Telegram. Ele pode determinar quem está falando com quem, quando e onde e se um arquivo está anexado a uma mensagem.
O NetBeholder também permite determinar se uma pessoa usa vários telefones e mapear os contatos desses telefones com os gadgets de outras pessoas. As operadoras do programa podem calcular quais telefones estavam no mesmo local em um determinado dia e determinar a região da Rússia de onde o usuário é ou o país de origem do estrangeiro.
O artigo do NYT diz que os criadores do Signal, Telegram e WhatsApp têm poucos meios de proteção contra tal vigilância. A criptografia pode ocultar o conteúdo das mensagens trocadas, mas não pode bloquear os dados de troca.
A própria empresa Signal admitiu que não foi pensada para esconder do provedor o fato de usar esse mensageiro. Um porta-voz do Telegram reconheceu que é impossível mascarar completamente o tráfego, mas mencionou os recursos criados pelo mensageiro para dificultar a identificação e o rastreamento do tráfego. O WhatsApp expressou preocupação de que as ferramentas de rastreamento representem uma "séria ameaça à privacidade das pessoas em todo o mundo" e garantiu que continuará a proteger as conversas privadas dos usuários.
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