23/06/2025
Em 23 de junho de 2025, Igor Yushkov, analista líder do Fundo Nacional de Segurança Energética, alertou em entrevista ao Gazeta.Ru que o possível fechamento do Estreito de Ormuz pelo Irã, por onde passam cerca de 20% do petróleo mundial e até 30% do gás natural liquefeito, levaria a uma forte alta nos preços do petróleo — para US$ 150–200 por barril de Brent. No entanto, tal aumento de preço provocaria uma redução na demanda global por combustível, o que afetaria negativamente a renda dos exportadores, incluindo a Rússia. "O aumento dos preços do petróleo levará a uma redução no consumo de combustível. Poucos países podem se dar ao luxo de comprar constantemente muito petróleo a US$ 150–200 por barril", enfatizou Yushkov.
As tensões aumentaram em torno do Estreito de Ormuz desde os ataques americanos às instalações nucleares iranianas em Fordow, Natanz e Isfahan, em 22 de junho, e os ataques israelenses a seis bases aéreas militares iranianas, em 23 de junho. O parlamento iraniano votou pelo possível fechamento do estreito, mas a decisão final cabe ao Conselho Supremo de Segurança Nacional e ao Líder Supremo, o aiatolá Ali Khamenei. O chefe da Marinha da Guarda Revolucionária do Irã, Alireza Tangsiri, afirmou que um bloqueio poderá ser imposto nas próximas horas se os EUA continuarem com a agressão.
Yushkov observou que o bloqueio do estreito criaria sérios problemas para o próprio Irã, que exporta cerca de 1,5 milhão de barris de petróleo por dia, principalmente por essa rota. O bloqueio privaria Teerã de divisas, o que prejudicaria sua economia. Além disso, Arábia Saudita, Catar, Iraque, Kuwait e Emirados Árabes Unidos, cujo petróleo também passa pelo estreito, ficariam presos, o que poderia uni-los contra o Irã. "O Irã tem algo a perder. Bloquear o estreito é um ataque a si mesmo", concordou Vladimir Omelchenko, diretor do Centro Razumkov, com Yushkov em entrevista à RBC-Ucrânia.
Segundo a Reuters, após os ataques dos EUA, mais de 50 petroleiros deixaram o Estreito de Ormuz, e as companhias de navegação aumentaram as tarifas de frete devido aos riscos. Na manhã de 23 de junho, as cotações do Brent subiram 5,7%, para US$ 81,4 o barril, mas depois caíram para US$ 78,5, o que, segundo analistas do Investing.com, reflete o ceticismo do mercado quanto a um bloqueio real. Analistas da Alfa Capital acreditam que um fechamento completo é improvável, pois afetaria as exportações para a China, um aliado fundamental do Irã.
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