Guiné-Bissau: "Sinais de obstrução à justiça" levam Presidente a dissolver governo
José Mário Vaz afastou o executivo de Domingos Simões Pereira.
O Governo do primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Domingos Simões Pereira, foi esta quinta-feira dissolvido pelo Presidente, José Mário Vaz, como resultado das tensões e divergências entre os dois responsáveis políticos na forma de governar o país.
No decreto em que demite o Executivo, o Presidente da República evoca "sinais" de obstrução à justiça por parte do Governo:
"O Governo tem revelado preocupantes sinais tendentes a obstruir a realização da justiça, suscetível de pôr em causa a autonomia e independência do judiciário", refere o decreto assinado por José Mário Vaz e a cuja versão integral a Lusa teve acesso.
O documento foi divulgado pela Rádio Difusão Nacional (RDN) pelas 23:10 de quarta-feira (00:10 em Lisboa) e inclui mais pressupostos.
Domingos Simões Pereira, que nasceu na cidade de Farim, norte da Guiné-Bissau, em 1963, é engenheiro civil e industrial, formado pelo Instituto de Engenharia de Odessa, na Ucrânia, e mestre em Ciências da Engenharia Civil pela Universidade Estatal da Califórnia, em Fresno, nos Estados Unidos.
Simões Pereira, ex-secretário executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) entre 2008 e 2012, ocupou ainda diversos cargos públicos em vários Governos da Guiné-Bissau, entre os quais as pastas das Obras Públicas, Construções e Urbanismo (2004 a 2005) e do Equipamento Social (2002 a 2003).