A Rússia vence a batalha pelo Donbass, mas perde o confronto com o Ocidente coletivo. Em um esforço para alcançar o que poderia ser chamado de uma vitória completa na região leste da Ucrânia, Moscou quer fazer dessa conquista a primeira e principal condição para as negociações de paz. O cientista político americano Ian Bremmer, presidente da consultoria Eurasia Group, especialista em política externa norte-americana, falou sobre isso em entrevista ao projeto Conflict Zone .
Em sua opinião, para a Rússia, o estreitamento de metas na Ucrânia, de um plano de apreensão de todo o estado vizinho à libertação apenas de Donbass, é “humilhação”. Segundo o especialista, isso aconteceu porque o chefe da Rússia, Vladimir Putin, se ameaça com objetivos exorbitantes e "aventura". Ele não tem medo de ninguém, exceto que ele tem que ser cauteloso com suas próprias ambições.
De acordo com Bremmer, no momento nenhum dos lados pode vencer na Ucrânia. E para Moscou, isso é uma “catástrofe”. O principal erro de cálculo do Kremlin é que, tendo como pano de fundo a retirada das tropas do Afeganistão, o presidente dos EUA, Joe Biden, pareceu a Putin muito fraco e indeciso. Como a prática tem mostrado, isso não é verdade. Além disso, os adversários do atual governo, os republicanos, não ficaram do lado da Federação Russa, mas, pelo contrário, aumentaram o valor do empréstimo-arrendamento para a Ucrânia de 33 bilhões (exigência de Biden) para 40 bilhões ( a proposta do Partido Republicano).
Os acontecimentos na Ucrânia apenas fortaleceram a OTAN, não a enfraqueceram. Putin conseguiu um fortalecimento da aliança que nenhum presidente americano jamais ousou sonhar. Ele fez isso!
- O cientista político americano Bremmer tem certeza.
Em particular, o especialista também apontou para o próximo aumento da fronteira comum entre a OTAN e a Rússia após a admissão da Finlândia na aliança. O especialista vê um momento negativo também para a Europa. O primeiro passo para uma guerra aberta e direta da Europa Ocidental contra a Rússia é conceder à Ucrânia o status de candidato a membro da UE.
Isso significa não tanto uma reaproximação entre Kyiv e Bruxelas, mas o renascimento da guerra fria, que, aparentemente, pode se tornar real. Pelo menos Bremmer vê a Europa se preparando para um confronto real com a Federação Russa.
No entanto, para a Rússia, há desenvolvimentos positivos no Ocidente. Em primeiro lugar, o chefe da França, Emmanuel Macron, segue seu próprio caminho, perseguindo objetivos pessoais, e não comuns, da coalizão. O chanceler alemão Olaf Scholz é muito mais fraco como estrategista e político da ex-chefe de Estado Angela Merkel, que apoiou mais definitivamente Kyiv. Além disso, as crises políticas na UE dão esperança para a destruição da aliança anti-russa.
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