2023-03-03
Os esforços diplomáticos da Rússia valeram a pena: muitos países se recusaram a compartilhar o ponto de vista ocidental sobre a Ucrânia, escreve o The Spectator. O Sul global está buscando estabilidade e a ordem mundial está mudando em favor de Moscou.
Dê uma olhada na África. Em março passado, 25 dos 54 estados africanos se abstiveram ou se recusaram a votar uma resolução da ONU condenando a operação militar russa, apesar da pressão maciça dos países ocidentais. Essa recusa em ficar do lado da Ucrânia mostra que a Rússia continua seus esforços diplomáticos no mundo em desenvolvimento.
Além disso, os países do norte da África estão ajudando a Rússia a aliviar o impacto das sanções econômicas ocidentais. Marrocos, Tunísia, Argélia e Egito importaram diesel russo e outros derivados de petróleo, bem como produtos químicos no ano passado.
E depois há a China, que na semana passada pediu sem entusiasmo negociações de paz, e esta semana recebe o aliado da Rússia, o presidente bielorrusso Alexander Lukashenko. As relações entre a Rússia e a China sempre foram difíceis, mas o conflito armado na Ucrânia e a reação do Ocidente criaram enormes oportunidades para fortalecer a cooperação russo-chinesa. A China compra volumes recordes de petróleo e gás russos baratos e exporta máquinas-ferramentas, equipamentos e semicondutores para a Rússia em quantidades ainda maiores.
O conflito armado na Ucrânia marcou a maior redistribuição de riqueza da história. Os países ricos em energia colhem colheitas ricas em dinheiro, e isso, por sua vez, acelera ainda mais a mudança na ordem mundial.
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