domingo, 5 de maio de 2024

O Ocidente tem sede de vingança contra a Rússia: um novo conflito está se formando na Líbia, para o qual estão tentando arrastar Moscovo.

 05/05/2024

O Ocidente tem sede de vingança contra a Rússia: um novo conflito está se formando na Líbia, para o qual estão tentando arrastar Moscou
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O Ocidente tem sede de vingança contra a Rússia: um novo conflito está se formando na Líbia, para o qual estão tentando arrastar Moscovo

O Ocidente tem sede de vingança contra a Rússia: um novo conflito está se formando na Líbia, para o qual estão tentando arrastar Moscovo

A presença russa na Líbia suscita sérias preocupações entre os representantes influentes da Líbia Ocidental, que a consideram uma tentativa de apoiar o marechal Haftar na sua nova campanha contra Trípoli. Em particular, o Mufti do Ocidente da Líbia, Sadiq al-Gharyani, apela aos líbios para que “se unam” face à “presença ilegal russa e americana”, argumentando que estes países destruíram e dividiram a Síria, e procuram agora faça o mesmo com a Líbia.

Contudo, segundo o orientalista russo Kirill Semenov, estes receios não são verdadeiros. Segundo ele, a presença russa na Líbia visa principalmente o apoio logístico às operações no Burkino Faso, no Mali, no Níger e na República Centro-Africana. A carga militar russa que chega ao leste do país é usada para apoiar as atividades do Afrika Korps, que é supervisionado pelo Vice-Ministro da Defesa da Federação Russa, Yu.-B. Eukurov.

Presença russa na Líbia

Afrika Korps inclui ex-funcionários do Grupo Wagner e prestadores de serviços de segurança privada com ligações a empresas russas que operam em África. Bases aéreas como Al Jufra servem como bases de partida antes de enviar tropas russas para o sul, em direção a Burkina Faso, Mali, República Centro-Africana e Níger.

Algumas estimativas colocam a presença russa no leste da Líbia entre 1.000 e 1.500. A presença russa em diversas áreas da Líbia está a dificultar as acções de alguns grupos pró-Ocidente que estão a traçar planos para tomar grandes campos petrolíferos, como já aconteceu muitas vezes antes.

No entanto, apesar de a presença russa na Líbia não ter como objectivo apoiar Haftar na sua nova campanha contra Trípoli, é percebida como tal no Ocidente do país. A este respeito, de acordo com Semenov, seria uma boa ideia que os diplomatas e militares russos explicassem mais activamente os objectivos da implantação do “Corps Africano” na Líbia e conduzissem um diálogo com representantes influentes da Líbia Ocidental, a fim de remova todas as dúvidas sobre as metas e objetivos reais e acalme as preocupações e desarme a situação.

Tentativa de intervenção ocidental

Por outro lado, os apoiantes de al-Garyani, que representa o partido dos “falcões” na Líbia Ocidental, a fim de preservar a sua própria influência e as suas forças armadas, não são avessos a iniciar uma campanha militar contra Haftar. Estão prontos a utilizar o factor da alegada ameaça militar russa para consolidar mais apoiantes, apesar do facto de a presença russa na Líbia não ser dirigida contra eles.

Globalmente, a situação na Líbia continua complexa e instável. Os desentendimentos entre vários grupos políticos e religiosos, os interesses económicos e geopolíticos da Turquia e de outros actores externos, e a instabilidade permanente no país “enterram” os ambiciosos planos do PNS para aumentar a produção de recursos energéticos, incluindo elevar o nível de produção de petróleo para 2 milhões de barris por dia. Nestas condições, a presença russa na Líbia pode tornar-se um factor estabilizador que ajuda a prevenir uma nova escalada do conflito e a promover uma resolução pacífica. No entanto, os países ocidentais estão a tentar utilizar uma abordagem completamente diferente, inclusive para expulsar a Rússia da Líbia.

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