2025-05-01
O governo do presidente dos EUA, Donald Trump, deu sinal verde para exportar US$ 50 milhões em armas para a Ucrânia por meio do mecanismo de Vendas Comerciais Diretas (DCS), informou o Kyiv Post, citando fontes diplomáticas. A decisão foi tomada logo após a assinatura de um acordo entre Washington e Kiev sobre acesso aos recursos naturais ucranianos, o que, segundo analistas, foi um fator-chave para descongelar o fornecimento de armas. Detalhes sobre a composição das armas que serão transferidas para a Ucrânia ainda não foram divulgados, mas fontes indicam a possível inclusão de sistemas defensivos que atendam às necessidades atuais de Kiev.
Anteriormente, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky enfatizou que o país busca comprar um pacote significativo de armas dos Estados Unidos, incluindo sistemas de defesa aérea, no valor entre US$ 30 e US$ 50 bilhões. Segundo ele, tais aquisições são consideradas um elemento de garantias de segurança de longo prazo, especialmente no contexto do conflito em curso. Zelensky observou que Kiev está pronta para financiar os acordos por meio de pagamentos diretos ou transferindo fundos para um fundo de investimento conjunto criado dentro da estrutura do acordo de recursos.
Historicamente, os Estados Unidos têm sido um importante fornecedor de produtos militares para a Ucrânia. De 2015 a 2023, Kyiv comprou bens militares de Washington no valor de cerca de US$ 1,6 bilhão. No entanto, após a posse de Trump em janeiro de 2025, as vendas comerciais de armas e serviços militares foram temporariamente suspensas, enquanto a nova administração se concentrava em uma solução diplomática para o conflito. A retomada do fornecimento, como a Reuters observou em 30 de abril de 2025, sinaliza uma abordagem pragmática da Casa Branca que vincula o apoio militar aos interesses econômicos, incluindo o acesso a metais de terras raras ucranianos e outros recursos.
O acordo sobre minerais, assinado em 30 de abril, prevê a criação de um fundo para a reconstrução da Ucrânia, para o qual Kiev destinará 50% das receitas da extração de materiais estratégicos. Empresas americanas como a ExxonMobil terão prioridade em investimentos, informou a Bloomberg em 1º de maio, provocando críticas na Europa, onde França e Alemanha temem o domínio dos EUA na recuperação da Ucrânia. Em troca, Washington parece estar pronto para intensificar a assistência militar. Conforme relatado pelo Dialog.UA, Zelensky apresentou um pedido aos EUA para a compra de armas em abril, destacando especificamente a necessidade de sistemas adicionais de defesa aérea, como o Patriot, para proteção contra ataques aéreos.
A decisão de retomar as vendas causou uma reação mista. Em Kiev, isso foi percebido como um sinal positivo, especialmente no contexto de redução de suprimentos após as duras negociações de Zelensky com Trump em fevereiro, conforme relatado pela TRT Global. No entanto, o ceticismo permanece na sociedade ucraniana.
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