No mês de Agosto de 2015, entrou em operação um novo mecanismo de censura da Internet em Portugal. Numa cooperação entre as entidades representantes de titulares de direitos, tais como o IGAC (Inspecção Geral das Actividades Culturais), o movimento “cívico” anti-pirataria na Internet MAPINET e as operadoras de internet. O objectivo é criar um sistema que permita detectar e bloquear páginas que infrinjam as leis de direitos de autor. O processo é, aparentemente simples: as entidades representantes de titulares de direitos, através da MAPINET, enviarão para o IGAC uma lista mensal com 100 sites. Por sua vez o IGAC dá conhecimento às operadores de Internet, para que censurem esses sites. Este procedimento leva a que conteúdos na Internet, sejam censurados sem qualquer ordem judicial. O secretáriode Estado da Cultura, Jorge Barreto Xavier, congratula-se com a celebração de um memorando que “corporiza um acordo de autoregulação relativo à protecção do direito de autor e dos direitos conexos em ambiente digital”, e lembra "o carácter pioneiro"da iniciativa a nível europeu. Nas suas palavras “[o memorando] Constitui um exercício de extraordinária responsabilidade cívica assumida numa perspectiva de autoregulação pelas entidades que o subscreveram”.
As entidades representantes de titulares de direitos, assumem que têem os cofres cheios pois comprometem-se a compensar os custos que os operadores de Internet tenham para implementar este mecanismo e também a pagar todas as custas judiciais caso os operadores de Internet venham a ser condenados por censura ou outro crime qualquer.
De facto a grande inovação é o facto de portugal ser o único país da Europa ocidental onde existe um procedimento automático de censura, controlado únicamente por entidades privadas, e associações que a única coisa que têem interesse é em lucrar com os direitos de autor. Na prática o mecanismo permite a censura sem qualquer intervenção judicial, denúncias, lei, tribunal ou investigação. O que a nebulosa associação decidir, é bloqueado. Por seu lado o blog/site bloqueado, bem como o seu autor. Neste moomento não existe qualquer possibilidade dos responsáveis por alojamentos e domínios refutarem estas decisões ilegitimas.
Simultâneamente o mecanismo permite ao estado português, não apenas censurar os sites com pirataria mas, também ter o poder para bloquear sites que sejam incómodos à sua ingerência, criando um precedente que pode levar a graves violações da liberdade de expressão.
As associações que integram a MAPINET sempre sobreviveram à custa do roubo aos artistas, aplicando uma taxa a cada pedaço de cultura que seja vendido, distribuindo o dinheiro pelos seus directores e pelas grandes editoras americanas e portuguesas, deixando os artistas na precariedade. O presente memorando não defende artistas ou criadores, mas sim os lobbies das grandes editoras bem como todas as entidades que sobrevivem à custa de sugarem o máximo possível do trabalho dos artistas.
As associações que integram a MAPINET sempre sobreviveram à custa do roubo aos artistas, aplicando uma taxa a cada pedaço de cultura que seja vendido, distribuindo o dinheiro pelos seus directores e pelas grandes editoras americanas e portuguesas, deixando os artistas na precariedade. O presente memorando não defende artistas ou criadores, mas sim os lobbies das grandes editoras bem como todas as entidades que sobrevivem à custa de sugarem o máximo possível do trabalho dos artistas.
No entanto a internet é o palco natural para a partilha de conteúdos e ao longo do tempo sempre tem promovido soluções independentes que tem permitido a sobrevivência e a autogestão dos artistas e criadores.
Isto é um ataque contra toda a liberdade que a Internet nos trouxe, o poder de nós próprios pegar-mos nas nossas ideias e práticas e partilhá-las com o mundo inteiro.
O único objetivo deste memorando é apenas enriquecer uns poucos economicamente e empobrecer os pobres culturalmente.
Felizmente a Internet no seu núcleo interpreta qualquer censura como um erro. Em 2014, o the pirate bay sofreu um ataque muito forte das autoridades suecas, os seus servidores foram apreendidos e o site encerrado. Passadas poucas semanas o site voltou, e desta vez com mais força ainda, o site multiplicou-se por 400 ao ser partilhado o seu código fonte através da plataforma github. Podemos também consultar http://contraacensurana.net/ onde foi criado um guia de como passar a censura da Internet em Portugal. Existe também outros sites como o http://unblocked.laque permite conectar a todos os sites através de um proxy. Outro meio de contornar a censura é utilizar o TOR Browser, este sendo utilizado na China e noutros países com mecanismos de censura mais repressivos.
Cada vez que se tenta censurar a Internet haverá sempre alguém, indivíduos ou grupos que criam meios de furar essa censura, cada vez que um site vai abaixo outros surgem. Não passarão.
Cada vez que se tenta censurar a Internet haverá sempre alguém, indivíduos ou grupos que criam meios de furar essa censura, cada vez que um site vai abaixo outros surgem. Não passarão.
Thanks Demonoid Proxy
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