GUSTAVOCHACRA
28 Dezembro 2015 | 15:30
O Exército do Iraque praticamente retomou o controle de Ramadi, na mais importante vitória contra o ISIS (Grupo Estado Islâmico ou Daesh) desde o surgimento desta organização. A ação demonstra que a estratégia de Barack Obama talvez não seja tão equivocada como muitos afirmam. Sei que muitos só dão bola para o ISIS quando o grupo vence uma batalha, mas ignoram completamente quando a organização sofre uma derrota como esta.
O presidente dos EUA defende apenas a manutenção da atual intervenção aérea para apoiar o Exército do Iraque e os guerreiros Pesh Merga curdos para lutarem contra os membros do ISIS. As forças americanas em terra são usadas apenas para treinamento e logística e não se envolvem em combate.
Mas recuperar Ramadi é pouco. A cidade precisa ser reconstruída e, neste momento, deve receber todo o apoio dos EUA e de nações ao redor do mundo. O ideal seria uma espécie de Plano Marshall. Se Ramadi for uma história de sucesso, populações de áreas controladas pelo ISIS, especialmente no Iraque, tendem a se levantar contra o grupo. Desta forma, Fallujah e Mossul podem voltar para o controle de Bagdá, praticamente eliminando a presença do ISIS no Iraque.
Caso haja um fracasso na reconstrução de Ramadi, o ISIS ou outro grupo pode retomá-la no futuro. Afinal, foi exatamente isso que ocorreu durante a Guerra do Iraque, quando muitas cidades iraquianas ficaram sob controle da Al Qaeda do Iraque (embrião do ISIS).
Vale lembrar que esta estratégia de Obama funciona bem para o Iraque, onde há claros aliados contra o ISIS, como os curdos e as Forcas Armadas iraquianas, treinados pelos próprios americanos, embora hoje mais próximas do Irã.
Na Síria, o cenário é mais complexo, pois, além do ISIS, há uma Guerra Civil envolvendo o regime de Bashar al Assad, apoiado pelo Irã e pela Rússia, contra dezenas de facções rebeldes, que recebem suporte de países da região, sendo algumas delas apoiadas por países da região. Hoje mesmo grupos rebeldes cometeram atentado terrorista contra um distrito alauíta em Homs, matando mais de 30 pessoas.
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