sábado, 5 de fevereiro de 2022

Japão insiste no ensaio da ivermectina para tratar Covid

 

Japão insiste no ensaio da ivermectina para tratar Covid

notícia de 1-2-2022 da publicação japonesa Pharma Japan, refere que a farmacêutica Kowa disse, em 31-1-2022, que o fármaco anti-parasitário ivermectina [1], que a empresa está a adaptar para o tratamento da Covid-19, mostrou efeitos antivirais contra a variante Ómicron do novo coronavírus, em testes in vitro.

Segundo a empresa, os seus investigadores testaram a ivermectina em células cultivadas infectadas com a Ómicron. A farmacêutica realizara já estes testes para outras variantes do vírus durante a pandemia e, no estudo mais recente, o fármaco também mostrou efeitos antivirais semelhantes contra a Ómicron.

A farmacêutica japonesa Kowa está a realizar um estudo clínico de fase III no Japão. Embora inicialmente esperasse tê-lo encerrado em novembro de 2021, o cronograma foi adiado devido a uma queda repentina de casos de Covid-19 no país, no final do ano passado.

A notícia fora já difundida pela Reuters que inicialmente referia que a ivermectina era efectiva contra a Ómicron, mas foi logo censurada por outros meios de comunicação, tendo acabado por alterar o título.

A Universidade Kitasato solicitara anteriormente a colaboração da americana Merck para o ensaio da ivermectina para a Covid-19. Porém, a Merck declinou a proposta, assumindo uma posição desfavorável ao seu ensaio como noticiámos oportunamente. A Kowa mostrou-se então interessada em colaborar com a Universidade Kitasato no que respeita à ivermectina.

Existem outros ensaios a decorrer em algumas universidades, nomeadamente na Universidade de Oxford, no programa Principle, este porém sem data estabelecida para conclusão nem qualquer informação pública. O programa Principle, que se propõe reaproveitar fármacos existentes no tratamento precoce da Covid, até agora só encontrou um – a budesonida, um fármaco usado por pessoas com problemas respiratórios.

Existem outros medicamentos reaproveitados para tratamento precoce, como por exemplo o antidepressivo fluvoxamina. Curiosamente, as autoridades sanitárias não divulgam nem promovem a utilização de nenhum deles.

[1] O fármaco ivermectina foi desenvolvido pela Merck, com base no seu precursor, a avermectina, descoberta pelo bioquímico japonês Satoshi Omura da Universidade de Kitasato. Satoshi Omura foi Nobel de Medicina em 2015 e tem agora 86 anos.

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