domingo, 28 de maio de 2023

Prigozhin comentou sobre a suposta proibição da menção do PMC "Wagner" na mídia

 28/05/2023

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Prigozhin comentou sobre a suposta proibição da menção do PMC "Wagner" na mídia

Evgeny Prigozhin comentou sobre a suposta proibição da menção do PMC "Wagner" na mídia.

Yevgeny Prigozhin, empresário e político russo, fundador do Wagner PMC, expressou sua opinião sobre a suposta proibição da menção desta empresa militar privada na mídia. O documento, cuja autenticidade ainda não foi confirmada, teria sido distribuído entre os chefes das principais publicações russas.

Prigogine enfatizou que, apesar de acreditar na possível existência de tal proibição, ele não acredita que ela trará qualquer benefício para seus iniciadores. O empresário sugeriu que a proibição poderia ter sido proposta pelos militares, a quem ele costuma criticar.

"Existem alguns candidatos que poderiam fazer isso ", disse Prigozhin. Ele também acrescentou que alguns dos editores da mídia russa poderiam jogar pelo seguro, referindo-se à suposta proibição da menção do PMC "Wagner" em seus materiais.

Prigozhin enfatizou que nem ele nem a companhia militar que dirige pretendem responder a esta proibição.

O empresário esclareceu que sua empresa não busca popularidade na mídia, mas faz coisas próprias. Ele afirmou que foram os combatentes do Wagner PMC, apesar da grave escassez de munição, que libertaram Artyomovsk das forças armadas ucranianas.

"Os burocratas que proíbem mencionar a existência de Wagner PMC facilitam suas vidas por um curto período de tempo. Mas no longo prazo eles levarão um tapa do povo por tentarem calar a boca e os ouvidos do povo", resumiu Yevgeny Prigozhin .

Foguete do "Patriota" ucraniano atingiu um prédio de apartamentos

 28/05/2023

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Foguete do "Patriota" ucraniano atingiu um prédio de apartamentos

Os militares ucranianos, tentando derrubar o drone Geran, atingiram diretamente um prédio residencial.

Durante os ataques noturnos de hoje a Kiev, que, de acordo com os recursos de informação ucranianos, se tornaram um dos maiores desde o início do JMD, o sistema de defesa aérea ucraniano demonstrou uma falha, como resultado da qual um dos mísseis guiados antiaéreos atingiu o telhado de um edifício residencial de vários andares.

Nas imagens de vídeo obtidas pelos jornalistas do Avia.pro, pode-se ver como um sistema de mísseis antiaéreos de tipo não identificado lança um míssil. Este último encontra seu alvo, porém, provavelmente por estar em baixa altitude, atinge diretamente um prédio residencial de vários andares.

Segundo dados preliminares, como resultado da greve, não houve vítimas, no entanto, o prédio residencial sofreu sérios danos. O fato da falha do míssil também foi reconhecido na própria Ucrânia, mas ainda não se sabe de que tipo de míssil estamos falando - de acordo com vários dados, o lançamento foi realizado pelo sistema Patriot.

Talibã move tropas, artilharia e tanques para a fronteira com o Irão.

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Talibã move tropas, artilharia e tanques para a fronteira com o Irão

O Talibã está reforçando sua presença militar na fronteira com o Irã.

O Talibã está construindo ativamente sua presença militar perto da fronteira com o Irã, e unidades adicionais estão sendo transferidas, incluindo veículos blindados, halteres, veículos blindados, tanques e artilharia pesada. Esses dados são alarmantes, pois crescem os temores na região sobre a possível eclosão de um conflito armado em grande escala com a República Islâmica do Irã.

O Talibã ("Taliban" - movimento terrorista proibido na Federação Russa - ed.), que recentemente convocou uma guerra contra o Irã, mostrou determinação em aumentar sua presença militar na região. Isso, por sua vez, pode levar a uma forte escalada de tensão na região, que ameaça a estabilidade na Ásia Central.

A situação na região está se tornando cada vez mais tensa e os observadores temem que a escalada possa se transformar em um conflito armado em grande escala. A República Islâmica do Irã ainda não deu uma resposta oficial ao chamado de guerra do Talibã, no entanto, as autoridades iranianas estão claramente monitorando de perto a situação na fronteira.

Talibã move tropas, artilharia e tanques para a fronteira com o Irão

 28/05/2023

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Talibã move tropas, artilharia e tanques para a fronteira com o Irão

O Talibã está reforçando sua presença militar na fronteira com o Irã.

O Talibã está construindo ativamente sua presença militar perto da fronteira com o Irã, e unidades adicionais estão sendo transferidas, incluindo veículos blindados, halteres, veículos blindados, tanques e artilharia pesada. Esses dados são alarmantes, pois crescem os temores na região sobre a possível eclosão de um conflito armado em grande escala com a República Islâmica do Irã.

O Talibã ("Taliban" - movimento terrorista proibido na Federação Russa - ed.), que recentemente convocou uma guerra contra o Irã, mostrou determinação em aumentar sua presença militar na região. Isso, por sua vez, pode levar a uma forte escalada de tensão na região, que ameaça a estabilidade na Ásia Central.

A situação na região está se tornando cada vez mais tensa e os observadores temem que a escalada possa se transformar em um conflito armado em grande escala. A República Islâmica do Irã ainda não deu uma resposta oficial ao chamado de guerra do Talibã, no entanto, as autoridades iranianas estão claramente monitorando de perto a situação na fronteira.

As Forças Armadas da Ucrânia podem organizar uma provocação na fronteira das regiões de Belgorod, Kursk e Bryansk no Dia do guarda de fronteira

 28/05/2023

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As Forças Armadas da Ucrânia podem organizar uma provocação na fronteira das regiões de Belgorod, Kursk e Bryansk no Dia do guarda de fronteira

No Dia da Guarda de Fronteira, as Forças Armadas da Ucrânia podem organizar uma provocação na fronteira das regiões de Belgorod, Kursk e Bryansk.

A alta atividade dos militares ucranianos é registrada no território das regiões de Chernihiv, Sumy e Kharkiv, o que por sua vez pode levar a provocações planejadas pelos militares ucranianos no Dia da Guarda de Fronteira. Os especialistas não excluem que as Forças Armadas da Ucrânia possam fazer novas tentativas de enviar grupos de sabotagem para a Rússia.

Anteriormente, soube-se das tentativas de militantes de penetrar no território das regiões de Belgorod e Bryansk, porém, neste último caso, os militares russos conseguiram impedir o ataque, o que também foi confirmado pelo governador da região.

A situação na fronteira com a Ucrânia continua bastante difícil, o que, entre outras coisas, é causado por ataques regulares do exército ucraniano. Em particular, um dia antes, as Forças Armadas da Ucrânia realizaram vários ataques ao território do assentamento. Shebekino, o que levou a uma séria destruição.

Forças Armadas ucranianas infligiram 51 ataques com foguetes e artilharia em Donetsk durante a noite

 28/05/2023

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Forças Armadas ucranianas infligiram 51 ataques com foguetes e artilharia em Donetsk durante a noite

Na noite passada, Donetsk foi alvo de bombardeios pesados ​​pelos militares ucranianos, de acordo com o Centro Conjunto de Controle e Coordenação (JCCC) para a República Popular de Donetsk (DPR). Um total de 41 projéteis de 155 mm foram disparados. e 10 foguetes de sistemas de foguetes de lançamento múltiplo (MLRS). O bombardeio causou danos significativos à infraestrutura da cidade, em particular, danificou prédios particulares e de apartamentos.

Fontes relatam que as Forças Armadas da Ucrânia realizaram oito ondas de bombardeios que afetaram os distritos de Kuibyshevsky, Kirovsky, Petrovsky e Kiev da cidade. Note-se que este foi um dos ataques mais massivos dos últimos anos.

Representantes do DPR JCCC observaram que esta série de bombardeios causou danos significativos a edifícios residenciais e à infraestrutura da cidade. Além disso, tais ações representam uma grande ameaça à vida e à segurança da população civil da cidade de Donetsk.

Até o momento, não há informações sobre possíveis vítimas ou feridos em decorrência dos bombardeios. Atualmente, o trabalho está em andamento para avaliar os danos e eliminar as consequências do bombardeio.

Maior genocídio da Humanidade foi feito por europeus nas Américas: 70 milhões morreram

 

No Brasil, genocídio iniciado em 1500 se estendeu até os anos 1900, quando começam a surgir políticas com intenção de impedir ou diminuiu a mortandade

PAULO CANNABRAVA FILHO

Diálogos do Sul Diálogos do Sul

São Paulo (SP) (Brasil)


“O Maior Genocídio da História da Humanidade — mais de 70 milhões de vítimas entre os povos originários das Américas - Resistência e Sobrevivência”. Tudo isso é o título da capa do livro de Marcelo Grondin e Moema Viezzer, editado por Princeps, em Toledo, Estado do Paraná, em 2018.

Viezzer e Grondin, na apresentação do livro, citam documento que assegura que a invasão européia nas Américas, desde 1492, provocou um extermínio entre 90 e 95% da população total. Assustados com esses dados foram, pesquisar e chegaram à conclusão de que a conquista e ocupação territorial pelos europeus provocou ao longo dos séculos, cerca de 70 milhões de mortos. Sem dúvida, o maior genocídio da história da humanidade.


No México, foram assassinados 20 milhões, nos Estados Unidos, 18 milhões, nos países andinos foram mais de dez milhões, no território brasileiros mais de quatro milhões. Todas essas mortes foram por massacre provocado por tropas militares, enfermidades, fome, trabalho forçado, castigos corporais em regime de escravidão, deslocamentos para lugares inóspitos.

Latuff
A invasão européia nas Américas, desde 1492, provocou um extermínio entre 90 e 95% da população originária

Extermínio nas ilhas caribenhas

A conquista teve início com os espanhóis nas ilhas do Caribe, a partir da ilha que batizaram como La Hispaniola, hoje República Dominicana e Haiti, habitada na época por pelo menos um milhão de pessoas. É Bartolomé de las Casas, padre espanhol que acompanhava a expedição, quem descreve o que presenciou:

“…saiu com seu séquito preparado para a guerra, levando com ele Bartolomeu Cólon, seu irmão, e entrou em La Vega (aldeia) onde havia muita gente reunida, dizem alguns que eram 100 mil homens. Ali avançaram com suas espadas e lanças seus cães bravíssimos e o impetuoso poder dos cavalos, cortando os índios como se fossem manadas de aves ou ovelhas encurraladas, deixando uma grande multidão de gente feita em pedaços para os cães, patas de cavalo e espadas. Àqueles que ainda se mantinham vivos, que ainda era uma multidão, condenados a ser escravos” (LAS CASAS, 1951, I, p 414 - citado por Viezzer e Grondin).

Ali onde havia uma cultura florescente, harmonizada com a natureza, os espanhóis roubaram as terras, impuseram métodos de governo e de trabalho, este como melhor meio para explorar as pessoas, como foi o método da encomienda, divisão, em todo o mundo hispânico, conhecido como a meia, terça ou cambão no mundo lusitano. 

Morria muita gente no duro trabalho nas minas ou nas plantações. Não estavam acostumados ao trabalho de quebrar pedra para retirar o minério. Paralelamente, as enfermidades europeias que se transformavam em epidemias dizimaram povos inteiros.

Em La Hispaniola, em 1492, havia um milhão de habitantes. Em 1514, só 14 mil. E essa hecatombe se repetiu nas demais ilhas… Jamaica, Porto Rico, Cuba. Os tainos, habitantes dessas ilhas desapareceram do mapa.

México maior que qualquer cidade da Europa

No México, os espanhóis chegam em 1519 e encontram uma civilização mais avançada do que a dos conquistadores. Nos 30 primeiros anos da conquista (1519-1548) foram mortos 20 milhões de habitantes. De 25 milhões de pessoas em 1519, foram reduzidos a 1,7 mil em 1605. Hoje o México ainda tem uma população indígena majoritária que continua na luta por sua libertação.

Nas guerras de independência dos povos sob o jugo da coroa espanhola também foram os povos originários os que deram suas vidas com esperança de que teriam uma situação melhor. Sem chance.

O saqueio das riquezas minerais é incalculável

A conquista dos povos andinos, que estavam sob o domínio do império Inca, com organização própria de Estado e de produção, teve início em 1532. Ouro e prata abundantes enlouqueceram os europeus. Todos queriam ficar ricos rapidamente e isso a custo da vida dos povos nativos.

“Entre 1503 e 1650 desembarcaram no porto de Sevilha 185 mil quilos de ouro e 16 milhões de quilos de prata. A prata levada de Potosi para Espanha em pouco mais de um século excedia três vezes o total das reservas europeias. E essas cifras não incluem o contrabando”. (GALEANO, 2014, p. 43 - citado por Viezzer e Grondin).

Quando os espanhóis chegaram, em 1500, o Tawantinsuyo tinha 15 milhões de habitantes, e em 1620, um milhão. Só nas minas de Potosi, foram oito milhões de mortes. Nos anos 1700, com a criação dos vice-reinos, os incas, cansados de exploração, se sublevaram, o que provocou aumento da mortandade.

O papa Paolo III, preocupado com tanto morticínio, editou uma bula em que considerava os índios como seres humanos e que, por isso, deviam ser batizados. Isso em nada mudou a relação com os conquistadores. Ao contrário, colocou igreja e religião como armas da conquista e consolidação da colônia.

Na América do Norte, outro genocídio sem fim

Na América do Norte, excluindo o México já citado, a conquista começou um pouco mais tarde por súditos da corte da Inglaterra que migraram por razões religiosas depois da Reforma, ou por razões econômica. Quando desembarcaram, o território era habitado por 18 milhões de pessoas, pelo menos. Hoje, se tanto, mal chega a 2,5 milhões porque houve uma recuperação. Em 1790, a população branca de pouco menos de quatro milhões era igual a dos indígenas, exterminados por guerras, fome e doenças de brancos.

À ânsia por terra e riqueza se somava a questão religiosa e a ideia da supremacia branca dos teutões, raça destinada a dominar o mundo selvagem. Quem não era branco não era gente. O destino manifesto, como doutrina de Estado orientou a expansão e ocupação do território do Atlântico ao Pacífico.

A Lei de Remoção de 1830 autorizava os conquistadores a sacar os indígenas das terras férteis para entregá-las aos colonos. Isso se vê nos filmes de cowboys. Os nativos expulsos tinham que ir para as montanhas inóspitas e, mais tarde, às reduções, verdadeiros campos de concentração de extermínio cultural. 

O terrível desse genocídio se vê nos números. Em 1620, a população nativa era de 18 milhões, foi reduzida a 600 mil em 1800 e chegou a 250 mil em 1900. Em 2008, o censo demográfico dos Estados Unidos mostrou uma população de aproximadamente 325 milhões de habitantes. Entre esses, 75,1% brancos, oriundos de imigrações europeias, enquanto os nativos representavam 0,13% da população, algo como 2,5 milhões, quando no início do século 17 eram 18 milhões. Os dados revelam tudo, diz o livro sobre o maior genocídio.

No Brasil o genocídio ainda não terminou

No Brasil de 1500, com a chegada dos conquistadores portugueses, havia uma população nativa de 4 a 5 milhões de habitantes. A coroa portuguesa distribuía terras sem limites à nobreza e membros da corte, criando desde os primeiros assentamentos, o latifúndio e a cultura de terra arrasada. 

Os bandeirantes organizavam expedições armadas para capturar indígenas para o trabalho escravo e no avanço da ocupação os confinam em reduções e aldeias sob controle do poder colonial.

Esse genocídio sem controle iniciado em 1500 se estendeu até os anos 1900, quando começam a surgir políticas com intenção de impedir ou diminuiu a mortandade. A partir da República surgem novas ameaças com as extensões das ferrovias e rodovias e a expansão predatória da fronteira agrícola, seguida dos processos de ruralização e urbanização, com adensamento da população branca resultado da promoção da imigração de europeus. População branca adversa, que raramente aceitavam conviver com a população indígena e negra. Em muitos centros urbanos a população de negros escravos ou libertos era maior do que a dos colonos brancos.

Houve guerra, diz a história, mas na verdade foi resistência e massacre pela incomparável disparidade de força e do armamento utilizado pelos invasores das terras.

Em 1910, o governo, por iniciativa do marechal Cândido da Silva Rondon, descendente de índios, em tarefa de demarcação das fronteiras, criou o Serviço de Proteção do Índio (SPI) e reservas florestais protegidas para sobrevivência das aldeias. Em 1967, em plena ditadura militar, o SPI foi substituído pela Fundação Nacional do Índio (Funai). A trajetória dessas duas organizações oscilava entre proteger os indígenas e favorecer os proprietários fundiários na expansão dos latifúndios.

Nos primeiros anos dos 1900, na pequena e provinciana capital de São Paulo ainda se falava nhenhen catu, a língua geral tupi-guarani. Nesse início do século 20, os livros de geografia indicavam que a partir de Bauru, no centro-oeste paulista, eram terras desconhecidas habitadas pelos indígenas. De fato, eram botocudos, tupi-guarani majoritariamente. Esse território ia até as barrancas do Rio Paraná e, do outro lado do rio, ao Sul, tribos da etnia guarani e, ao Norte, xavantes.

Foi Vargas quem abriu as terras de Mato Grosso, colindante com São Paulo, para colonização por latifundiários paulistas ou seus descendentes. Eram terras habitadas pelos guarani ao Sul e xavante ao Norte. Os indígenas foram obrigados a se deslocar para terras virgens e florestas inóspitas do Centro-Oeste e do Norte.

Nos anos 1950 essa fronteira agrícola se estendeu pelo Norte e Oeste do Paraná, Oeste de Santa Catarina. Na década seguinte, continuou a expansão da fronteira agrícola em direção Oeste e começou a ocupação da Amazônia, projeto da ditadura militar, com abertura de estradas (transamazônica), assentamentos e matança dos povos originários. Em outra década mais e a fronteira se estendeu pelo Sul do Pará e do Maranhão, Oeste e Norte de Goiás, Norte de Mato Grosso.

Tudo isso se faz ao custo da vida dos povo originários e ribeirinhos, dos quilombolas, posseiros, e também ao custo do desmatamento, contaminação de rios, perda de mananciais. Há um dramático documentário feito pela Televisão italiana, Rai, que mostra brancos metralhando aldeias e jogando roupas contaminadas para envenenar os índios.

Essa é a história da invasão europeia (chamada civilização ocidental e cristã) que continua perpetuada pelos descendentes dos primeiros colonizadores e pelos imigrantes que lhes seguiram os passos no transcorrer desses cinco séculos. Massacre contínuo das populações e destruição predatória da natureza, praticada também até mesmo pela população não tão branca por força da mestiçagem. Essa é a história da expansão das fronteiras agrícolas no século 21, sem que se tenha visto vontade de mudar. Entra governo sai governo, continua tudo na mesma.

Como ocorre a expansão da fronteira agrícola

Como regra, o governo libera áreas de terras da União para uma empresa de colonização. É quem processa a divisão em lotes, que serão vendidos para agricultores e pecuaristas, prevê caminhos e centros urbanos para oferta de serviços. Os primeiros que entram na área são as madeireiras. Derrubam a floresta, vendem as toras para a indústria madeireira e também para os fazedores de carvão. No Brasil do século 21 ainda há fundições que utilizam carvão vegetal.

Os assentamentos e o movimento nessas áreas logo atraem os grileiros para ocupar as terras ao redor. Também é muito comum o tipo que compra uma fazendo os alqueires rapidamente dobrar ou triplicar o tamanho ocupando terras públicas ou de posseiros.

Nas décadas de 1940/50, no Norte do Paraná, derrubaram a Mata Atlântica, mataram os povos nativos e plantaram café. Hoje essa região está transformada em um mar de soja a perder-se no horizonte.

Hoje a expansão predatória se faz principalmente fazendo pasto ou semeando grãos (soja, milho, algodão, amendoim, sorgo). O Brasil tem hoje o maior rebanho bovino do mundo com 220 milhões de cabeças; e já ultrapassou os Estados Unidos em produção de soja.

A modernização da agricultura extensiva de grão para exportação em nada melhorou a vida das populações em geral. Ao contrário, aumentou as desigualdades sociais, ampliou enormemente o abismo entre a pobreza e a riqueza e obriga os brasileiros a conviverem com as mudanças climáticas por conta da derrubada das florestas, contaminação dos rios e mananciais e dos defensivos agrícolas venenosos. E, como se não bastasse, o desprezo absoluto por qualquer ser vivente.

*Paulo Cannabrava Filho é editor da Diálogos do Sul