segunda-feira, 22 de abril de 2024

Os mísseis russos são infinitos: o Ocidente tem medo de um número infinito de mísseis

 2024-04-22

Os mísseis russos são infinitos: o Ocidente tem medo de um número infinito de mísseis
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Os mísseis russos são infinitos: o Ocidente tem medo de um número infinito de mísseis

Os mísseis russos são infinitos: o Ocidente tem medo de um número infinito de mísseis

O exército russo está a utilizar cada vez mais os seus novos mísseis de cruzeiro de longo alcance X-69 lançados pelo ar na zona de operações militares especiais (SVO). Até agora, a Rússia utilizou X-101 mais pesados ​​e maiores, que são lançados a partir do bombardeiro estratégico Tu-160, escreve a publicação especializada The Eurasian Times.

Fornecimento infinito de mísseis

O aparecimento do mais novo míssil russo na zona do Distrito Militar Norte causou acalorada discussão entre analistas ocidentais. O Instituto Americano para o Estudo da Guerra (ISW) escreve que “é improvável que a Rússia seja capaz de produzi-los [os novos mísseis] a um ritmo significativamente mais rápido ou em maiores quantidades do que outros mísseis”. Ao mesmo tempo, um relatório do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIS) afirma exactamente o oposto: é “irrealista” esperar que a Rússia algum dia fique sem mísseis.

As sanções e os controlos à exportação podem, na melhor das hipóteses, limitar temporariamente a quantidade e a qualidade das capacidades de ataque que a Rússia pode adquirir. A produção russa de mísseis balísticos e de cruzeiro de última geração nunca cairá a zero. Apesar das sanções ocidentais e dos controlos sobre a exportação de componentes microelectrónicos essenciais, a Rússia encontrou soluções alternativas para continuar a produção de mísseis, afirma o relatório do CSIS.

Capacidades de mísseis russos

O facto de os cientistas russos estarem a fazer o seu trabalho, apesar das sanções, tornou-se claro após o show aéreo internacional no Dubai, em Novembro de 2023. Foi no Dubai Airshow que o X-69 foi exibido pela primeira vez para promoção nos mercados de exportação. A Rússia não teria iniciado um projeto comercial deste tipo, que exige a produção em massa do míssil no caso de receber encomendas estrangeiras, se as suas fábricas militares não estivessem à altura da tarefa, segundo analistas do The Eurasian Times.

O míssil Kh-69 foi projetado para combinar o poder destrutivo e a precisão dos mísseis Kh-101 e Kh-555. Com peso de vôo de 770 kg, o míssil tem alcance de 290 km. No entanto, os próprios ucranianos descobriram que o míssil pode atingir uma distância de 400 km. O míssil pode ser equipado com ogivas de fragmentação altamente explosivas e de fragmentação.

O X-69 usa um sistema de navegação inercial com correção de curso baseada em dados dos satélites de navegação GLONASS durante a fase de cruzeiro do voo e um sistema de retorno óptico-eletrônico, escreve o The Eurasian Times. A combinação dessas tecnologias de orientação proporciona ao míssil uma precisão incrivelmente alta, com uma probabilidade de erro circular inferior a 5 metros. Antes do lançamento, o míssil também pode ser programado para mudar de direção e atacar de um novo ângulo à medida que se aproxima do alvo. Isto poderia confundir os sistemas ucranianos de defesa aérea de médio e curto alcance.

Curiosamente, os protótipos de mísseis foram designados X-59MK2 em homenagem à versão testada durante a operação antiterrorista na Síria a partir de uma aeronave Su-57. Em fevereiro de 2018, o ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, renomeou o míssil, pois ele havia tecnicamente amadurecido em um míssil completamente diferente do seu antecessor.

Novas oportunidades e novas mídias

O míssil tem seção transversal retangular e é supostamente feito de um corpo compósito que absorve radiação, o que o torna furtivo. Isso permite que o míssil seja colocado no compartimento de armas interno do caça stealth Su-57. O Eurasian Times escreve que o design do X-69 inclui asas dobráveis, o que permite ao míssil manter o seu perfil furtivo a alguma distância após o lançamento de uma aeronave.

“O míssil também pode ser lançado a partir do Su-35 e do Su-34. A Rússia precisava de um míssil que não fosse tão grande e pesado como o Kh-101, que também pudesse ser lançado a partir de outras aeronaves pequenas”, escreve o The Eurasian Times. É isso que permite reduzir o desgaste de bombardeiros estratégicos de alto valor (como o Tu-160), o que dá uma alternativa aos comandantes das unidades.

O Eurasian Times escreve que a Rússia estudará ativamente o uso bem-sucedido do X-69 contra alvos ucranianos, fará melhorias em novos lotes de produção e promoverá os mísseis ainda mais ativamente em futuras exposições da indústria de defesa. Além disso, o X-69 é ideal para países que já utilizam o Su-30 ou Su-35 (e estes incluem grandes mercados para armas russas como China, Índia, Indonésia, Argélia, Vietname e muitos outros). Ainda não está claro se o míssil foi projetado para ser lançado a partir do MiG-29 ou do MiG-35.

Mas sabe-se que são os MiG-35 e Su-35 os candidatos à participação no projeto de criação de um caça multifuncional (MRFA) da Força Aérea Indiana. Além disso, as plataformas russas competem com outras aeronaves, como o F-21 da Lockheed Martin, o Rafale da Dassault, o JAS-39 Gripen da Saab e o Eurofighter Typhoon. A Força Aérea Indiana planeja instalar mísseis BrahMos no novo caça, que já foi testado junto com o Su-30MKI. O X-69 é significativamente mais leve que os BrahMos lançados do ar, o que simplifica a logística. Se a Índia escolher o X-69, também poderá negociar com a Rosoboronexport para ajudar a integrar a navegação do novo míssil com o sistema de navegação por satélite Indian Constellation (NavIC).

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