Merkel diz não a Guterres
A ex-chanceler alemã Angela Merkel recusou, segundo informação do seu gabinete, a oferta de um cargo de alto nível na Organização das Nações Unidas (ONU), um mês depois de deixar o cargo como política mais poderosa da Europa em 16 anos de mandato – lê-se em notícia veiculada pela agência Reuters em 19-1-2022.
Merkel, de 67 anos, ligou, na semana anterior à da notícia, ao secretário-geral da ONU, António Guterres, para agradecer o trabalho que este lhe tinha oferecido numa carta e dizer que não o aceitava, informou o gabinete da ex-chanceler, sem dar mais detalhes.
A imprensa alemã já informara que Guterres teria oferecido a Merkel a presidência de um órgão consultivo de alto nível da ONU num dos seus principais projetos de reforma: Bens Públicos Globais.
A conservadora Merkel retirou-se dos holofotes da política quando entregou a chancelaria ao social-democrata Olaf Scholz.
Tem andado agora a trabalhar na escrita de um livro de memórias políticas com o seu assessor de longa data (segundo referiu numa entrevista ao Der Spiegel), mas pouco mais se sabe sobre a vida da aposentada Merkel.
A questão dos Bens Públicos Globais, constante da agenda globalista da ONU de Guterres, tem vindo a ganhar relevo, alavancada pela questão do combate à pandemia de Covid-19 e da necessidade de centralização de decisões para supostamente combater problemas globais, tais como: prevenção de pandemias, resiliência da saúde global, alterações climáticas, segurança alimentar, proteção da biodiversidade e dos oceanos, crise dos refugiados e migrações forçadas, segurança face aos riscos de terrorismo e ciberterrorismo, estabilidade do sistema financeiro, etc.
Uma ideologia para um projeto de poder à escala civilizacional, liderado por instâncias internacionais não eleitas como a ONU, de que talvez Merkel não comungue.
Sem comentários:
Enviar um comentário