domingo, 17 de setembro de 2017

Pão em vez de armas: Rússia está ganhando 'guerra de cereais.

Colheita de trigo na região de Krasnodar, Rússia

A agência analítica Sovekon avalia a safra esperada na Rússia em 133 milhões de toneladas.
A Rússia está reforçando suas posições, entrando em novos mercados e ganhando mais com a venda de grãos que com exportações de armas.
Papel dos cereais na geopolítica
Impressionado com as capacidades russas, o Egito rejeitou a compra de trigo ucraniano, que é mais caro e tem menos qualidade. "O frete a partir dos portos russos é menos dispendioso. Isso influencia as exportações de qualquer tipo de grãos, seja cevada, centeio ou trigo", comunicou à Sputnik o diretor da agência analítica ProZerno Vladimir Petrichenko.
A política de exportações de grãos é determinada pela tendência global do século XXI: o aumento da população nos países em desenvolvimento. O Egito entra no grupo de tais países. A lógica é simples: quanto mais pessoas há no Oriente Médio – mais pão é necessário. 
A situação é bem diferente no Extremo Oriente, que é considerado a locomotiva do crescimento econômico global. O aumento da qualidade de vida na China, Índia e outros países asiáticos estimulou o interesse pelas massas e doces. As regiões que estão saindo da pobreza precisam de pão e de doces.
As alterações demográficas e econômicas modificam a orientação tradicional do comércio. Nos anos 2016-2017, a Rússia está conseguindo entrar em mercados que no passado eram considerados como exóticos. Entre eles está a Indonésia, onde o espaço se liberou após os EUA terem sofrido anos de secas e o Canadá ter reduzido suas posições por ajudar seu vizinho do sul.
Pão de alta tecnologia
A estatística econômica mostra que o consumo de grãos no mundo aumenta anualmente 2,8% desde o ano de 2011. O desenvolvimento das tecnologias agrícolas abre para a Rússia o caminho para os mercados mais afastados.
Em 2016, foi a primeira vez que a Rússia ganhou com venda de grãos mais do que com exportações de armas.
Os analistas da agência australiana Aegic acreditam que os fornecimentos de trigo russo no período de 2015 a 2060 vão aumentar em 60%.
De acordo com o diretor da Fundação do Clube Valdai Yaroslav Lisovolik, a Rússia nos últimos anos "partiu de uma base baixa" e, devido a isso, "mantém a possibilidade de aumentar a produtividade".

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