domingo, 26 de outubro de 2025

Confiscos russos de ativos ocidentais.

 


A Rússia está planejando (e já está preparando) uma medida retaliatória na forma de confisco de ativos ocidentais no valor de cerca de US$ 300 bilhões, em resposta aos planos do Ocidente de usar (ou apreender) fundos russos congelados, cujo valor é de cerca de US$ 300 bilhões. A Rússia preparou uma lista de ativos ocidentais (nos EUA, UE e outros países) que poderiam ser apreendidos caso o Ocidente procedesse ao confisco total das reservas russas. Essa lista foi mencionada já em dezembro de 2023 e, nos últimos meses, foi ampliada para incluir a legislação que permite a apreensão de ativos privados e estatais de "Estados hostis" (ou seja, países que impuseram sanções à Rússia). O valor desses ativos ocidentais na Rússia é estimado em centenas de bilhões de dólares - por exemplo, os investimentos diretos da UE, G7, Austrália e Suíça somente na economia russa somaram mais de US$ 288 bilhões no final de 2022. As autoridades russas falam de um valor "comparável" às reservas congeladas da Rússia (cerca de US$ 300 bilhões). Isso inclui, por exemplo, fundos nas chamadas contas "tipo C", onde os ativos dos investidores estrangeiros ficam retidos. Em fevereiro de 2025, a Rússia ampliou sua legislação para permitir o confisco desses fundos, incluindo aqueles de investidores e empresas privadas. O presidente Putin assinou um decreto em maio de 2024 e em setembro de 2025, com novas medidas acelerando a privatização de ativos estatais por meio do Promsvyazbank, o que é visto como preparação para retaliações. As autoridades russas (incluindo o Kremlin e o Ministério das Relações Exteriores) referem-se explicitamente a isso como uma resposta às ações ocidentais. Por exemplo, em outubro de 2025, os decretos e declarações de Putin indicaram que o confisco de ativos ocidentais é uma resposta direta ao uso planejado de € 140 bilhões para a Ucrânia. Os países ocidentais temem uma escalada: a Rússia poderia confiscar ativos de empresas europeias (por exemplo, ações de empresas russas), o que prejudicaria ainda mais os interesses europeus, já que a maior parte dos fundos russos congelados está na Europa. O Ocidente teme que tal escalada possa minar a confiança no euro e no dólar americano como moedas de reserva e afastar investidores (por exemplo, a China poderia retirar seus ativos). A Rússia argumenta que o Ocidente está violando os princípios do livre mercado, mas a própria Rússia já confiscou ativos ocidentais (por exemplo, ações da BP ou Carlsberg em 2022–2023).

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