Vladimir Putin, aos 22 anos, em 1975, após ingressar na KGB como agente de contraespionagem. Posteriormente, ele foi transferido para a Alemanha Oriental, onde trabalhou até a queda do Muro de Berlim em 1989. Ele retornou à Rússia e começou a trabalhar na Universidade Estadual de Leningrado, antes de ser recrutado para a política em 1991 por seu mentor, o prefeito de São Petersburgo (antiga Leningrado) Anatoly Sobchak. Ele trabalhou como intermediário para Sobchak e resolveu muitos problemas relacionados a organizações criminosas. Sobchak apresentou Putin a Boris Berezovsky, um bilionário influente. Berezovsky tinha grande poder no Kremlin e, como muitos oligarcas da época, acumulou sua fortuna saqueando bens estatais durante o colapso da União Soviética. Quando Sobchak perdeu a eleição para prefeito em 1996, Berezovsky recomendou Putin para chefiar o FSB (sucessor da KGB). Ele ascendeu rapidamente na hierarquia e foi nomeado primeiro-ministro por Boris Yeltsin. Na época de sua nomeação como primeiro-ministro, um grupo de bilionários influentes estava auxiliando Yeltsin na identificação de seu sucessor, em particular de uma pessoa que protegesse seus interesses e o legado de Yeltsin. Em 1999, ocorreu um ataque terrorista perpetrado por rebeldes chechenos em Moscou, e Putin foi incumbido de resolver o problema da Chechênia. Putin, então, desencadeou a fúria de Deus sobre a Chechênia, o que lhe rendeu popularidade na Rússia. O grupo de elite de bilionários liderado por Berezovsky acreditava que Putin era o homem certo, alguém em quem podiam confiar para proteger seus interesses na era pós-Yeltsin. Eles recomendaram Putin a Yeltsin como seu sucessor. Em 31 de dezembro de 1999, Yeltsin anunciou sua renúncia e Putin tornou-se presidente interino. As elites bilionárias que acreditavam que seu homem estava no poder estavam redondamente enganadas. Após assumir o poder, Putin, revoltado com a pilhagem desenfreada que ocorreu durante o colapso da União Soviética e durante o mandato de Yeltsin, perseguiu os oligarcas. Ainda embriagados pela influência e poder da era Yeltsin, os oligarcas tentaram oferecer alguma resistência à nova ordem de Putin. Tornou-se um erro catastrófico, pelo qual pagaram um preço muito alto. Naquela época, Mikhail Khodorkovsky era o homem mais rico da Rússia e dirigia a maior companhia petrolífera, a Yukos, construída com bens estatais saqueados. Khodorkovsky e seu grupo de oligarcas não estavam dispostos a jogar pelas novas regras. Eles é que ditavam as regras. Putin prendeu Khodorkovsky e seu sócio Platon Lebedev, e em seguida o Estado expropriou a petrolífera Yukos. Os demais bilionários, como Berezovsky, fugiram da Rússia. O novo xerife estava na cidade. Berezovsky se estabeleceu em Londres, onde mais tarde cometeu suicídio em 2013, após várias tentativas frustradas de restabelecer as relações com Putin. Khodorkovsky passou mais de 10 anos na prisão e, após sua libertação, fugiu da Rússia. Existe um vídeo famoso de Putin, de 2009, confrontando o bilionário Oleg Deripaska, que havia fechado suas fábricas e se recusava a pagar os trabalhadores. Putin fez Deripaska assinar um compromisso de reabrir as fábricas e pagar os trabalhadores. O momento simbolizou, mais uma vez, a autoridade do Estado sobre os oligarcas que, durante muito tempo, agiram com desenfreamento. Putin mostrou-lhes que ninguém está acima do Estado. Como se costuma dizer, o resto é história.
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