Mais informação em http://www.tugaleaks.com Obrigado por veres. Partilha o link. Espalha consciência. -- Cedido gentilmente por http://www.confidencialpt.net
00:13:59
Adicionado em 11-02-2012
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Rui Cruz Web (B)log |
Posted: 09 Jun 2013 06:39 PM PDT
Recentemente consegui a minha carteira equiparada de jornalista o que significa que como director de um órgão de comunicação social (o Tugaleaks) tenho um dever de cumprir o código deontológico. Isso faz com que haja mais responsabilidade. Mas era exactamente isso que eu queria.
O Tugaleaks foi criado numa era tenebrosa. Foi criado em finais de 2010 quando assistimos a um facto único na história, que foi a disponibilização de documentos secretos que envergonharam os USA e alguns países. A release pela Wikileaks fez com que, aos dias de hoje, Assange esteja “barricado” numa embaixada no Reino Unido, privado da sua dignidade e com fortes cortes orçamentais na sua organização.
Em 2011 o Tugaleaks afirmou-se como “fonte oficial dos Anonymous”. Na altura os LulzSec Portugal aterrorizaram Portugal inteiro: quando queriam e onde queriam, atacavam e causavam danos. A estrutura informática do estado pôs-se à prova e ainda hoje, sabemos nós, continua danificada e vulnerável. Nessa altura era frequente convidarem-me para entrevistas ou para dizer uma ou outra coisa. Acedia, claro está.
Foto do teclado na entrevista que dei à RTP em Fevereiro de 2012.
ainda hoje uso este teclado!
Em 2012 depois dos LulzSec Portugal se terem “reformado” (mas acreditem, pois eu sei: eles ainda andam por aí) continuem as publicações no Tugaleaks mas mais centrado na denúncia de situações e na recolha de informação. Usávamos informação publicada por grupos hacktivistas para relacionar dados e apresentar factos. Um deles foi o facto da MAPINET ter pedido um alojamento seguro porque estava constantemente a ser atacada. Isso deu como resultado a vinda de agentes da PJ à minha casa. Também eu, como Assange, fiquei privado da minha dignidade e soberania humana. Mas só durante umas horas, felizmente. No entanto, o prejuízo financeiro que isso me causou são danos dos quais que ainda hoje recupero.
Passados poucos meses apareceu uma grande entrevista na Euronews, que teve um impacto mundial, sobre cibercrime. Apareci eu, na última entrevista que dei de cara tapada, a correr o slowloris contra o Tugaleaks e a explicar que com o Google se conseguem ferramentas de hacking com a maior das facilidades.
No final de 2012 já tínhamos um nome fixo e cartas dadas a todos os níveis. Talvez também porque um mês depois da entrevista na Euronews o Tugaleaks apareceu no site da CIA como “a website that has become a mouthpiece for publicizing diverse protest action”.
Foi também pouco depois dessa altura que dei os primeiros passos para tornar o Tugaleaks no que é hoje: uma fonte oficial, um órgão de comunicação social e um nome de confiança.
No início de 2013 o trabalho foi duríssimo. Cheguei a fazer directas a preparar coisas para o Facebook, para o site e para sei lá o quê. Ah, e papelada, muita papelada e muito pensamento, para criar um estatuto editorial e uma sinopse. Havia tanta coisa para dizer e tinha que resumir tudo.
Obviamente que o trabalho não é só meu. Hoje tenho além de pessoas que – ainda – preferem ficar anónimas, um jornalista e escritor também ele com cartas dadas a apoiar o meu “menino” Tugaleaks, o Frederico Duarte de Carvalho. Há também outras pessoa que não gostam de “holofotes” e que não são mencionadas (nem sei se o Frederico queria ser mencionado, mas… já está) e não são apenas jornalistas.
Mas, este resumo que fiz não foi para dizer que sofri com o crescimento do site, porque isso já é público e os meus amigos mais próximos sabem o quanto dediquei a isto sacrificando relações, família e amigos que simplesmente não entendiam ou respeitavam esta escolha que diziam muitas das vezes ser “perigosa”. Também não foi para dizer o quanto gostei da evolução do site. Foi para dizer outra coisa.
Este artigo que escrevi foi para agradecer a cada um de vocês que durante mais de dois anos continua a partilhar e a acreditar no Tugaleaks. Foi para dizer que continuaremos a dizer “basta de injustiças” até que a justiça seja totalmente restaurada em Portugal. Foi para dizer que a cada dia que passa, viva em mais uma semana ou mais 60 anos (ficaria portanto com 85 anos, nada mau!) sinto que, do que se pôde fazer, ficou feito.
Pus-me a ver mails antigos. Havia um mail datado de Fevereiro de 2013 que dizia e cito “nunca ninguém viu isto como vocês viram, obrigado por existirem”. Foi a partir daí que decidi escrever este artigo porque me lembrei que hoje o Tugaleaks faz dois anos, seis meses… e um dia!
O Tugaleaks é um órgão de comunicação social registado na ERC com o número 126353. A minha carteira de jornalista é TE939. E, indo buscar uma frase aos Anonymous, era só para dizer… expect us.
Obrigado a todos os que apoiaram e visitem o Tugaleaks regularmente!
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