segunda-feira, 17 de novembro de 2025

O Futuro da Guerra Exposta na Ucrânia: A OTAN Não Está Preparada Para o Que Vem

 O Futuro da Guerra Exposta na Ucrânia: A OTAN Não Está Preparada Para o Que Vem

O conflito na Ucrânia segue servindo como laboratório bélico do século XXI — e suas lições são duras, brutais e incompatíveis com a doutrina militar ocidental atual. Entre os testemunhos mais reveladores de quem vive o combate real, está o de Rebekah Maciorowski, paramédica voluntária norte-americana atuando na linha de frente pela 3ª Brigada ucraniana. Sua visão, diferente de análises teóricas ou discursos diplomáticos, emerge diretamente do sangue, da lama e dos drones que reaprendem o conceito de "morte à distância".
Experiência real contra ilusões estratégicas:
Maciorowski administra evacuações médicas, instruções táticas e suporte de campo para um batalhão inteiro no leste ucraniano. Em condições normais, dentro de uma guerra convencional, ela ocuparia equivalente ao posto de major. Mas, como ela mesma afirma, "Eu não faço ideia de qual seria meu posto aqui — e, sinceramente, não ligo para isso."
Segundo ela, o que importa não é a hierarquia — é sobreviver.
E sua realidade é brutal:
"Perdemos gente o tempo todo."
Segundo ela, na última semana, um dos mais experientes paramédicos da unidade, conhecido como Viking, morreu durante uma missão de resgate a leste de Slaviansk. Pouco tempo antes, um motorista foi literalmente despedaçado por um drone kamikaze.
Sua conclusão é direta, sem polidez, sem diplomacia e sem propaganda:
"Eu não vejo outros europeus conseguindo lidar com isso."
Essa frase resume a discrepância entre a guerra real e o imaginário militar de gabinete.
A doutrina da OTAN ficou obsoleta:
Por décadas, a OTAN treinou suas forças com a doutrina de combined arms manoeuvre — o uso sincronizado e massivo de tanques, aeronaves, infantaria e artilharia para quebrar e desestabilizar o inimigo através de choque e superioridade logística.
Porém, nas palavras do próprio conflito:
Isso não funciona mais
A era do tanque como "rei do campo de batalha" está sendo desmontada por drones de 400 dólares, inteligência automatizada e rastreamento instantâneo. O campo de batalha mutou para uma arena onde:
▪️drones substituem reconhecimento humano;
▪️granadas caem do céu com coordenadas em tempo real;
▪️cada grupo de soldados pode ser detectado, rastreado e eliminado em minutos;
▪️a linha entre frente e retaguarda simplesmente não existe.
Enquanto isso, a estratégia russa evoluiu. A antiga aposta em ofensivas de massa, típica dos primeiros meses do conflito, já não é o método principal. Agora o Kremlin opera com:
▪️dispersão tática,
▪️saturação tecnológica,
▪️guerra eletrônica avançada,
micro-operações de precisão contínua.
Ou seja, a Rússia não precisa mais de grandes massas humanas para vencer — apenas precisão, paciência e desgaste contínuo.
A realidade bateu à porta — e não foi a OTAN que abriu:
O que vozes independentes e analistas não alinhados vêm afirmando há dois anos agora começa a penetrar, timidamente, nas mentes estrategistas do Ocidente:
O futuro da guerra já começou — e a OTAN está treinando para o passado.

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