quarta-feira, 30 de abril de 2025

EUA aumentarão ajuda militar à Ucrânia após acordo com Kiev

 2025-05-01

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EUA aumentarão ajuda militar à Ucrânia após acordo com Kiev

A assinatura de um acordo entre os Estados Unidos e a Ucrânia sobre acesso a metais de terras raras e outros recursos naturais abre um novo capítulo nas relações bilaterais, sugerindo um aumento no fornecimento de armas americanas para Kiev como parte da compensação pelo acesso a ativos estratégicos. O acordo, concluído em 30 de abril de 2025, prevê a criação de um fundo de investimento conjunto para a restauração da Ucrânia, para o qual Kiev se compromete a direcionar metade das receitas da extração de minerais, incluindo metais de terras raras, petróleo e gás. Em troca, os Estados Unidos pretendem aumentar o apoio militar para fortalecer a posição da Ucrânia no conflito em andamento.

O acordo, assinado pela ministra da Economia da Ucrânia, Yulia Svyrydenko, e pelo secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, foi resultado de meses de negociações que começaram depois que o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou a necessidade de compensar a ajuda americana, que ele estimou em centenas de bilhões de dólares. De acordo com o documento, as empresas americanas receberão direitos prioritários para investir em projetos ucranianos, e os Estados Unidos controlarão uma parte significativa das decisões do fundo por meio do conselho de supervisão. Isso gerou um debate acalorado em Kyiv, onde a oposição teme uma perda de soberania econômica.

Após a assinatura do acordo, Washington planeja aumentar o fornecimento de armas, incluindo sistemas de defesa aérea Patriot, veículos blindados e munições guiadas de precisão. A nova ajuda pode incluir mísseis ATACMS e drones adicionais para reforçar as capacidades da Ucrânia nas frentes leste e sul. Esta decisão está associada ao desejo dos EUA de garantir estabilidade em regiões onde estão localizados depósitos importantes, como minérios de titânio na região de Zaporizhia e depósitos de lítio em Donbass.

Como a Bloomberg observou em 1º de maio, o acordo abrange não apenas metais de terras raras, mas uma ampla gama de recursos, incluindo urânio, grafite e manganês, que são essenciais para as indústrias de alta tecnologia e defesa. A Ucrânia, de acordo com o Serviço Geológico dos EUA, tem reservas de 22 dos 50 minerais essenciais, o que a torna uma parceira atraente para Washington, que busca reduzir sua dependência da China, que controla até 70% do mercado mundial de metais de terras raras. O Ministro Sviridenko enfatizou que as receitas da produção serão reinvestidas na restauração da infraestrutura destruída em consequência da ação militar.

No entanto, o acordo gerou controvérsia. Em Kiev, de acordo com o Ukrainska Pravda de 28 de abril, alguns políticos, incluindo o deputado Oleksiy Goncharenko, chamaram os termos do acordo de "escravizadores", apontando para o papel dominante dos Estados Unidos na gestão do fundo.

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