quarta-feira, 30 de abril de 2025

EUA e Ucrânia assinam acordo sobre recursos naturais

 2025-05-01

EUA e Ucrânia assinam acordo sobre recursos naturais

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EUA e Ucrânia assinam acordo sobre recursos naturais

Os Estados Unidos e a Ucrânia assinaram um acordo que regulamenta o acesso aos recursos naturais do país e a criação de um fundo de investimento conjunto para reconstrução, informou o Departamento do Tesouro dos EUA em seu site oficial. O documento, assinado pela ministra da Economia da Ucrânia, Yulia Svyrydenko, e pelo secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, visa atrair investimentos para a economia ucraniana afetada pelo conflito e fortalecer a parceria econômica entre os países. O acordo prevê a gestão conjunta de um fundo que financiará projetos nos setores de mineração, energia e infraestrutura.

Pelos termos, a Ucrânia é obrigada a direcionar 50% das receitas de novas licenças para o desenvolvimento de recursos naturais, incluindo petróleo, gás e metais de terras raras, para o fundo. Os Estados Unidos, por sua vez, fornecerão instrumentos financeiros e tecnologias por meio da Corporação Financeira para o Desenvolvimento Internacional (DFC), garantindo o fluxo de investimentos globais. Um aspecto importante foi a ausência no acordo de uma exigência para que Kiev pagasse a dívida de ajuda militar, o que anteriormente causou controvérsia. O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky enfatizou que os recursos e o subsolo permanecerão sob jurisdição ucraniana e que o fundo operará com base nos princípios de parceria igualitária.

As negociações sobre o acordo começaram em fevereiro de 2025, mas as propostas iniciais dos EUA, que incluíam controle total sobre o fundo e um pagamento de US$ 500 bilhões em assistência, foram rejeitadas por Kiev. Após várias rodadas de consultas, incluindo uma reunião entre Zelensky e o presidente dos EUA, Donald Trump, no Vaticano, as partes chegaram a um acordo. Conforme relatado pelo Financial Times em 28 de abril de 2025, o documento atualizado exclui os pontos mais controversos, mas mantém o direito de prioridade das empresas americanas de investir em projetos ucranianos.

De acordo com o Ekonomichna Pravda de 26 de fevereiro, o fundo não usará receitas de projetos existentes, o que protege o orçamento atual da Ucrânia. A governança conjunta criaria um conselho de supervisão no qual os Estados Unidos nomeariam três dos cinco membros, mantendo o poder de veto. Isso atraiu críticas da sociedade ucraniana: o deputado da Verkhovna Rada, Yaroslav Zheleznyak, chamou o acordo de "desequilibrado", apontando o risco de dependência de decisões americanas.

A Bloomberg observa que o acordo abrange não apenas metais de terras raras, mas uma gama completa de recursos, incluindo petróleo, gás e infraestrutura, como portos e ferrovias. Os EUA também receberam o direito de comprar recursos ucranianos em termos comerciais antes de outros compradores, e Kiev está proibida de vender materiais estratégicos para países considerados concorrentes de Washington.

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