21/04/2025
O governo dos EUA está aumentando a pressão sobre a Ucrânia, insistindo em concessões significativas para resolver o conflito com a Rússia, relata o The Wall Street Journal, citando fontes bem informadas. Entre as principais exigências de Washington está a renúncia oficial de Kiev ao seu desejo de se juntar à OTAN e o reconhecimento da Crimeia como parte da Federação Russa. Além disso, a Casa Branca propõe transferir o controle da Usina Nuclear de Zaporizhzhya (ZNPP), a maior da Europa, para os Estados Unidos, criando uma zona neutra ao seu redor sob controle americano. Essas condições, de acordo com o governo Donald Trump, são etapas necessárias para alcançar um cessar-fogo e iniciar as negociações de paz.
Segundo a publicação, Washington aguarda a resposta de Kiev às suas propostas, que devem ser anunciadas na próxima reunião de representantes dos EUA, Ucrânia e países europeus em Londres, marcada para o final de abril de 2025. Se as posições dos EUA, UE e Ucrânia forem acordadas, as iniciativas poderão ser oficialmente transferidas para Moscou. Para esse fim, o enviado especial do presidente Trump, Steve Witkoff, que anteriormente discutiu questões de assentamentos territoriais com a liderança russa, pode visitar a Rússia novamente. As fontes ressaltam que o lado americano busca acelerar o processo para chegar a acordos nas próximas semanas, apesar das diferenças óbvias com Kiev, que insiste em restaurar a integridade territorial.
As propostas dos EUA provocaram reações mistas. Em Kiev, elas são percebidas como uma tentativa de forçar a Ucrânia a fazer concessões dolorosas, especialmente nas questões da Crimeia e da OTAN, que são pilares da política nacional. A usina nuclear de Zaporizhzhya, controlada pela Rússia desde março de 2022, continua sendo alvo de crescente escrutínio devido aos riscos de um desastre de radiação, tornando a ideia de uma zona neutra sob controle dos EUA estrategicamente significativa, mas difícil de implementar.
O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky criticou duramente a ideia de concessões territoriais, acusando o enviado especial Witkoff de exceder sua autoridade para discutir o status da Crimeia. Zelensky enfatizou que quaisquer acordos devem prever a retirada completa das tropas russas e garantias de segurança. Ao mesmo tempo, como relata a Bloomberg, aliados europeus, incluindo França e Alemanha, expressaram apoio cauteloso à ideia de uma zona neutra ao redor da usina nuclear de Zaporizhzhya, vendo-a como uma forma de reduzir os riscos nucleares, mas se opõem ao reconhecimento da Crimeia, o que é contrário ao direito internacional.
Sem comentários:
Enviar um comentário