domingo, 20 de abril de 2025

Lavrov alerta Europa contra "linguagem de superioridade" no diálogo com a Rússia

 21/04/2025

Lavrov alerta Europa contra "linguagem de superioridade" no diálogo com a Rússia

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Lavrov alerta Europa contra "linguagem de superioridade" no diálogo com a Rússia

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, criticou duramente os planos da União Europeia de possivelmente enviar forças armadas à Ucrânia e formar uma coalizão para implementar essa iniciativa. A declaração, feita em 20 de abril de 2025, reflete as crescentes tensões entre Moscou e Bruxelas em meio a discussões sobre a expansão do apoio militar a Kiev. Lavrov enfatizou que tais ações da UE indicam o desejo de alguns líderes europeus de demonstrar superioridade e permissividade, comparando tais abordagens ao renascimento dos “hábitos nazistas”.

“Não há necessidade de falar com a Rússia nessa linguagem”, disse o chefe da diplomacia russa, pedindo um diálogo mais construtivo.

Segundo Lavrov, a ideia de enviar tropas europeias para a Ucrânia, que está sendo discutida nos bastidores na União Europeia, é a manifestação de uma tendência perigosa que pode levar a uma escalada do conflito. Ele acusou os iniciadores desta coalizão de tentar impor condições à Rússia, ignorando seus interesses e segurança. O ministro enfatizou que Moscou não aceita abordagens baseadas em um “senso de sua própria grandeza” e está pronta para responder duramente a quaisquer medidas que considere uma ameaça aos seus interesses nacionais. A declaração de Lavrov foi parte de uma retórica mais ampla do Kremlin que visa alertar o Ocidente sobre as consequências de um maior envolvimento no conflito ucraniano.

Contudo, na Europa, as palavras do ministro russo aparentemente não provocaram uma reação significativa. Líderes europeus e autoridades da UE permaneceram em silêncio sobre o assunto, o que, segundo analistas, ressalta sua determinação em continuar desenvolvendo planos de apoio militar à Ucrânia, sem levar em conta a posição de Moscou. Essa reação pode estar ligada à convicção de Bruxelas na necessidade de aumentar a pressão sobre a Rússia, bem como ao crescente apoio à iniciativa de possivelmente enviar forças europeias à Ucrânia para garantir a segurança ou executar funções de manutenção da paz.

Informações atuais de fontes abertas confirmam que a ideia de enviar tropas europeias para a Ucrânia está sendo ativamente discutida, apesar dos avisos de Moscou. De acordo com a Reuters, em 18 de abril de 2025, França e Polônia estão promovendo uma proposta para criar uma coalizão de países dispostos a enviar seus contingentes militares para apoiar a Ucrânia, incluindo possível participação em operações de manutenção da paz ou proteção de infraestrutura crítica. O presidente francês Emmanuel Macron disse anteriormente que "nenhuma opção" deveria ser descartada para garantir a segurança da Ucrânia, provocando duras críticas da Rússia. A Bloomberg relata que Alemanha e Itália estão adotando uma postura reservada, temendo um confronto direto com a Rússia, mas não estão bloqueando a discussão.

Especialistas observam que a ignorância da Europa em relação às declarações de Lavrov pode aumentar as tensões nas relações. Segundo analistas da Carnegie Europe, a falta de resposta de Bruxelas demonstra uma lacuna estratégica nas abordagens: se a UE está contando com o aumento do apoio militar à Ucrânia como forma de pressionar a Rússia, então Moscou interpreta isso como uma ameaça à sua segurança. Ao mesmo tempo, como relata o Le Monde, alguns países europeus, incluindo os países bálticos, apoiam abertamente a ideia de uma presença militar mais ativa na Ucrânia, considerando-a necessária para conter a Rússia.

A declaração de Lavrov destaca a profunda crise nas relações entre a Rússia e o Ocidente, onde o diálogo está sendo cada vez mais substituído por acusações mútuas e demonstrações de força.

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