EUA: Míssil hipersônico russo "Dagger" foi descoberto e sua trajetória foi rastreada
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Os Estados Unidos anunciaram o rastreamento completo do lançamento do míssil hipersônico russo "Dagger".
Depois que a Rússia usou pela primeira vez o sistema de mísseis hipersônicos ar-ar Kinzhal, eliminando os objetos das Forças Armadas da Ucrânia, soube-se que os Estados Unidos confirmaram o uso dessas armas, observando que estavam rastreando o míssil desde o momento foi lançado até o momento em que foi atingido, embora até então se acreditasse que o plasma formado ao redor do míssil deveria escondê-lo, o que não permite que o míssil seja interceptado.
“As autoridades dos EUA confirmaram que a Rússia disparou mísseis hipersônicos na Ucrânia na semana passada, o primeiro uso conhecido de tais mísseis em combate. Os EUA conseguiram rastrear os lançamentos em tempo real, disseram as fontes. Os lançamentos provavelmente visavam testar armas e enviar uma mensagem ao Ocidente sobre as capacidades russas, disseram várias fontes. O Ministério da Defesa russo disse no sábado que lançou mísseis hipersônicos Kinzhal em um depósito de munição militar no oeste da Ucrânia na sexta-feira, destruindo uma estrutura na vila ucraniana de Delyatyn , informou a CNN
Até o momento, não há materiais de vídeo ou fotografias do local dos ataques do míssil hipersônico russo "Kinzhal". Ao mesmo tempo, não se sabe exatamente como os militares dos EUA poderiam rastrear o lançamento de um míssil hipersônico, já que os radares da OTAN estão fora da zona de voo do míssil. Isso não descarta a possibilidade de que o argumento dos EUA sobre a interceptação do radar do míssil seja falso. Подробнее на: https://avia.pro/news/ssha-rossiyskaya-giperzvukovaya-raketa-kinzhal-byla-obnaruzhena-traektoriya-eyo-polyota
’’…você (Poroshenko) é o pai fundador da Ucrânia moderna’’
Quando as acusações de casos de corrupção envolvendo o governo ucraniano e a Casa Branca explodiram entre julho e setembro do ano passado, foi impossível que a grande mídia e as agências de notícia de maneira geral ignorassem as alegações que pairavam no ar. Ainda que a defesa de Joe Biden tenha sido quase que uníssona, houve ainda uma discussão sobre o assunto a nível internacional. No entanto, isso não tem sido observado após a recente liberação de uma série de áudios telefônicos de conversas comprometedoras do então vice-presidente dos Estados Unidos com o presidente ucraniano do período, Petro Poroshenko.
Com exceção a alguns portais midiáticos, pouco se repercutiu no ocidente sobre as conversas telefônicas divulgadas recentemente pelo deputado da Verkhovna Rada– parlamento ucraniano-, Andriy Derkach, em que expôs as relações políticas corruptas entre ele e o ex-presidente ucraniano Petro Poroshenko. Nelas é possível identificar não apenas uma relação submissa do então líder ucraniano frente a Biden, como encontrar provas que implicam a Casa Branca e o Fundo Monetário Internacional (FMI) em diversas operações sujas no país, que violaram por diversas vezes a soberania do Estado ucraniano.
A tentativa de blindar a candidatura de Joe Biden diante de qualquer polêmica por meio do processo de impeachmant do atual presidente republicano Donlad Trump, apenas funcionou enquanto o mesmo se manteve no centro do cenário. Ainda que o ’’destino’’ tenha trago para este período uma das maiores pandemias da história recente, colocando novamente as informações polêmicas acerca das aventuras de Biden para debaixo do tapete, o tamanho do mesmo é cada vez menor para a quantidade de rastros deixados pelo político estadunidense. E neste caso, isto é, a Ucrânia em especial, um fantasma aparenta reerguer-se para ele diariamente, buscando recordá-lo de seu passado na vice-presidência, ainda que os portais midiáticos estadunidenses insistam em manter sua blindagem.
Embora a implicação dos Estados Unidos no Golpe de Estado de Fevereiro de 2014 na Ucrânia seja algo publicamente conhecido, sua relação posterior com o governo Poroshenko ainda é algo nebuloso, mesmo no próprio país. Isso, porém não significa que as suspeitas sobre isso deixassem de existir, em especial nos anos 2016 e 2017 quando a lua de mel entre as frações parlamentares da Rada golpistas racharam mediante ao fracasso político de Poroshenko em relação às regiões dissidentes do país após o golpe de 2014- Criméia, Donetsk e Lugansk-, assim como a consequente crise econômica do país. No entanto, para além disso existiam frações políticas, financiadas pelo empresário financeiro e industrial Ihor Kolomoysk, que se posicionavam contra os acordos que o governo desejava efetuar com o FMI.
Uma das causas pela qual a história sobre Hunter Biden, filho do político democrata, desfez-se rapidamente, foi por ausência de provas que implicassem o então vice-presidente com seus negócios excusos na Ucrânia, durante o processo de expropriação de uma série de empresas privadas de oligarcas do país. (Processo curiosamente semelhante ao ocorrido no Brasil entre 2015 e 2017, quando grandes empresas brasileiras entraram falência por ocasião de desapropriações por parte da justiça). Inclusive em muitas das matérias jornalísticas de ’’blindagem’’ de Joe Biden existe uma desassociação de sua pessoa para com as ações criminosas do filho, esquecendo dos cargos que o mesmo teve na Casa Branca como na World Food Program USA, e como membro do Conselho Consultivo do Presidente do Instituto Nacional Democrático (NDI). Hunter foi ainda copresidente honorário no comitê de investidura do presidente Barack Obama em 2009.
Este refresco memorial não é o suficiente para alguns, em especial para os apoiadores de Biden dentro ou fora do Partido Democrata. No entanto, é possível que os áudios de conversas telefônicas entre Poroshenko e Biden abalem esta tese persona non grata de Hunter na família. Ali é possível ver um interesse quase que prioritário para o político estadunidense em abafar uma série de investigações contra os negócios de seu filho na Ucrânia, então sócio da empresa de gás e petróleo Burisma. Elas eram conduzidas pelo então Procurador Geral da Ucrânia, Viktor Shokin, que se apresentava na sociedade ucraniana como uma espécie de Sérgio Moro com bem menos poder político.
A Burisma Holdings Limited, empresa de petróleo e gás que Hunter Biden obteve o controle após o triunfo do golpe, até então controlada pelo oligarca Mykola Zlochevsk, foi obtida mediante o claro uso da Procuradoria Geral Ucraniana em associação com tribunais britânicos e estadunidenses que perseguiram o dito empresário ucraniano. Porém, Shokin, cuja posição política, em oposição a Poroshenko- submisso aos interesses de Biden- era própria, decidiu usar seu cargo para obter vatangens econômicas e políticas.
Ele era aliado político de longa data da deputada da oposição Yulia Timoschenko– livrada por ele de investigações envolvendo lavagem de dinheiro e corrupção nas privatizações na década de 1990-, e chegou a ensaiar um alinhamento político com a Rada- tomada por uma maioria fascista naqueles dias. No entanto, ameçado pela baixa popularidade, inimigos poderosos de ambos os lados, assim como também pessoalmente, Poroshenko optou por ajudar os estadunidenses. Eis um fragmento do diálogo entre ele e Biden, datado de 18 de fevereiro de 2016.
Biden: Petro, pode me ouvir?
Poroshenko: Sim. Agora bem melhor.
Biden: Ouço também melhor a você. Me desculpe, você estava falando.
Poroshenko: Sim. Em primeiro lugar, estou feliz em ouvir você. Segundo, muito importante que você tenha encontrado um tempo para mim, mesmo em Minnesota. E eu estou sonhando a alguns dias que estaremos juntos em Minnesota.
Biden:Homem, já disse a você, eu gostaria que você estivesse agora em Minnesota. Mas, em frente.
Poroshenko: Em terceiro. Eu tenho boas e más notícias. Começarei com as boas notícias.
Biden: Bom.
(…)
Poroshenko: Joe. Eu tenho uma segunda notícia positiva para você. Ontem me encontrei com o Procurador Geral Shokin. E antes de qualquer fato disso, nós não temos nenhuma acusação de corrupção. Nós não temos nenhuma informação sobre ele fazendo algo de errado. Eu perguntei a ele especificamente- não neste dia, mas no anterior-, pedi que ele renunciasse a sua posição de pessoa de Estado. E antes de qualquer fato disso, ele tem apoio no poder. E assim que eu finalizei a reunião com ele, me prometeu dar sua declaração de renúncia. E há 1 hora atrás, ele me trouxe sua carta de declaração de renúncia.
Biden: Ótimo.
Poroshenko: E este é meu segundo passo no cumprimento de minhas promessas.
Biden: De acordo.
(Traduzido pelo autor)
Esta não era a primeira vez que os Estados Unidos buscavam ter controle sobre o sistema de justiça existente na Ucrânia para obter vantagens econômicas e políticas. Em 2008, durante a presidencia de Viktor Yushenko– líder da ’’Revolução Laranja’’ de 2004-, ambos os países firmaram um acordo de parceira entre seus órgão de justiça, o que permitiu aos Estados Unidos inserir conselheiros de justiça e formar advogados e juizes em Washington para atuarem na Ucrânia. (Observação válida: Parceira parecida com a firmada entre o sistema de justiça brasileiro com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos nos anos 2000). Curiosamente as ações do sistema judiciário ucraniano contra os oligarcas antes e após a Euromaidan tinham muitas semelhanças com a Operação Lava Jato.
Após firmar os acordos descritos acima, visando manter encobertos os negócios obscuros de seu filho, Biden ofereceu 1 bilhão de dólares- vindos a partir do acordo do FMI que o país negociava- ao presidente Poroshenko para que o futuro novo procurador geral- Yuri Lutsenko– arquivasse o caso. O dito valor não foi oferecido por intermediários, como secretários ou agências de inteligencia, pois o líder ucraniano e Biden tinham grande intimidade, como já observado. O próprio vice-presidente ofereceu diretamente a ’’ajuda’’ no melhor estilo chantagioso, pois naquela altura o FMI preparava-se para cobrar dívidas do país, assim como a Rússia- que inclusive protocolou em Estocolomo um processo contra o país por sonegação de dívidas da recisão dos contratos com uma série de empresas russas após o golpe de fevereiro de 2014.
Naquele momento, a Ucrânia encontrava-se em uma série de crises políticas e econômicas, e a não renovação do acordo com o FMI, teria certamente posto o país em bancarrota. Poroshenko, perdia diariamente apoio político de setores sociais, bem como a guerra civil no leste do país aparentava cada vez mais estar longe de terminar. Essa crise geral, instalada a partir da derrubada do presidente Viktor Yanukovich, em 24 de fevereiro de 2014, apenas poderia ser resolvida da forma como o próprio presidente referiu-se ao parlamento em uma de suas ligações a Biden por ocasião da passagem na Rada do acordo firmado com o FMI.
Disse ele na ocasião, em 19 de fevereiro: ’’Outras frações (da Rada), nós poderíamos convidar ( para a discussão sobre a maioria parlamentar), mas elas apenas falam a língua da corrupção política, e eu odeio a ideia, de depois da Maidan comprar os votos.’’ Abaixo segue parte do diálogo realizado em 22 de março, isto é, pouco antes da saida oficial de Shokin, quando Biden oferece o dinheiro do acordo que seria feito com o FMI.
Biden:Olá Sr. Presidente, é Joe Biden, como está você?
Poroshenko: Muito bem. Todas as vezes que ouço sua voz, é um grande prazer para mim.
Biden: Bem, eu estou no Força Aérea 2, e penso que nós devemos continuar em contato. Nós apenas ficamos desligados, mas espero que esta conexão permaneça aberta.
(…)
Biden: Conte-me sobre o novo governo e seu novo Procurador Geral. Eu preparei o desenvolvimento de uma assinatura pública de um compromisso de 1 bilhão de dólares. Novamente, não estou sugerindo isso, como você quer ou não quer. Eu apenas sugiro que isso é o que nós estamos preparando para ser feito. E novamente, isso não precisaria ser finalizado antes, você sabe, que as partes do FMI estejam escritas.
Poroshenko: Motivação extremamente forte. Um dos possíveis candidatos é o líder de minha fração- Lutsenko. Que é uma figura pública. Se você pensa nessa figura políticamente motivada, poderia não ser muito bom para o nosso ponto de vista. Eu lembrei desta proposta. Eu não propus, porque ninguem sabe que eu quero propor Lutsenko. Nesta situação, eu pego todas as figuras politicamente motivadas fora deste processo.
Biden:Certo, bem, olhe, deixe-me, quando eu e você terminarmos de falar, deixe-me ajuntar o meu time para falar sobre o que você e eu conversamos sobre. Estou de acordo com você, existe um sentido de urgência sobre isso aqui.
(Traduzido pelo autor)
Com a escolha do novo procurador, Yuri Lutsenko (2016-2019), o caso não apenas foi mantido em sigilo, como os acordos entre Biden e Poroshenko foram cumpridos por ambas as partes. Hunter Biden manteria seus negócios na empresa ucraniana até 2019 sob a vista grossa do Procurador Geral, e o governo receberia 1 bilhão de dólares do FMI em 15 de setembro de 2016- o último da administração Obama. Consequentemente, o caso ali entraria em estado de adomercimento até meados de 2019, quando o presidente do Estados Unidos Donald Trump ressucitou o caso em uma de suas conversas grampeadas com o novo presidente ucraniano, Volodymir Zelensky, ciente também da situação. Contudo, também chantegeado mediante a outro valor- congelado pelo presidente Trump- destinado ao reequipamento das forças armadas ucranianas, e que o levou a determinar o prosseguimento das investigações.
Yuri Lutsenko, era um personagem famoso e controverso no país, pois não apenas teve condutas indecorosas ao longo de sua carreira, como sempre se situou entre as alas do chamado ’’baixo clero’’ da Rada. Chegou a ser preso em dezembro de 2010 por corrupção e abuso de poder e pediu a organizações internacionais assistência contra o que chamava de ’’violações estatais’’ do então governo de Yanukovich.
Devido a pressões internacionais, e mesmo internas de grupos que já conspiravam a derrubada do presidente ucraniano, no fim 2012 foi concedida uma anistia, tanto a ele como outros políticos envolvidos em casos semelhantes, como Yulia Timoschenko- todos envolvidos na Euromaidan. Retornado ao êxito em discutir o acordo na Rada- presidida pelo novo primeiro ministro, Volodymir Groysman, aceito pelas forças políticas da oposição-, Poroshenko recebeu congratulações do então vice de Obama em 13 de maio daquele mesmo ano.
Biden: Olá Sr Presidente, é Joe Biden. Como está você?
Poroshenko:Muito bem. Como sempre, quando escuto sua voz. Muito obrigado por ligar.
Biden: Bem. Você trabalhou muito bem. Te parabenizo pela sua escolha do novo Procurador Geral. Eu sei que ainda há muitas coisas para fazer, mas eu acredito, eu penso que é muito bom. Eu entendo seu trabalho na Rada nos próximos dias sobre as leis adicionais adotadas, que são exigidas pelo FMI. Mas aceite meus parabéns pela sua escolha do novo Procurador Geral. Para ele será fundamental trabalhar rapidamente para compensar os danos feitos por Shokin. E eu sou um homem de palavra.
E agora que o novo Procurador Geral está no cargo, estou pronto para movimentar a assinatura da cobertura nova de 1 bilhão de dólares de empréstimos como garantia. E não sei como você quer sobre isso. Eu não serei capaz de estar em Kiev em breve. Talvez no próximo mês ou então, e não sei se você poderia também assinar isso com nosso embaixador ou se você vier aqui, nos poderemos assinar, ou se você quiser, nós estaremos convidando Groysman (O novo Primeiro-Ministro da Ucrânia) mais tarde. Eu estarei falando com ele depois, amanhã, não para este fim. Nós estamos convidando ele para vir a Washington, e ele então levaria isso a você, como você queira terminar isso, e quando você queira.
Poroshenko: Primeiro de tudo, muito obrigado por essas palavras de suporte. Acredite em mim, esta será uma mudança muito dura e um trabalho muito dificil. E as frações da Sra Timoschenko e do Sr Lyashko tentaram quebrar isso, porque nós não somente escolhemos o novo Procurador Geral, que em um período curto de tempo, dentro de um dia nós mudamos a lei. A propósito, nesta lei, apresentamos no conjunto, a nova estrutura do Escritório da Procuradoria Geral, incluindo um inspetor geral como acordei com você. E a segunda coisa, chamei Lutsenko imediatamente, e disse isso.
Ele deve contactar sua embaixada. E eu esperarei muito o favor se você terá conexão com certa pessoa, que pode também vir de Washington, tanto faz. Nós temos aqui- não lembro o nome dele-, o procurador estadunidense de origem ucraniana. Ele é um pouco velho. Eu enviei para um de nome Jeffrey, e ele está pronto para vir dar assistência e conselhos. Ele tem muito boa experiência no sistema estadunidense e pode ser uma pessoa de confiança dentro do novo sistema da procuradoria. Eu penso que este é o tempo exato para fazer isso, e se ele já vier e cooperar desde o meu primeiro passo, desde o primeiro minuto do novo procurador, isso é exatamente o que procuro.
Biden: Bom, deixe-me entrar em contato com o Departamento de Justiça e obter isso. Eu darei seu nome, e deixe-me encontrá-lo fora disso, por que isso é de nosso interesse, obviamente para prover assistência profissional rápida que nós podemos. Então isso se levanta e começa na direção correta. Então eu moverei em breve assim que desligarmos. Eu colocarei isso no trem (provavelmente gíria para movimento) e trarei de volta a você para o que faremos, o que estou capacitado para fazer.
Poroshenko: Absolutamente. Segundo…Muito obrigado, isso é exatamente o que estava procurando. A segunda coisa é isso, que quero agradecer a você nisso, você me deu essa palavra imediata quando nós mudamos a legislação e eu apontei o novo Procurador Geral, e seria Lutsenko assim como acordamos em nossos encontros prévios em Washington. E quando isso aconteceu nós tivemos a garantia deste empréstimo, e agradecemos muito a você.
(Traduzido pelo autor.)
Estas conversas, somadas a algumas outras divulgadas, não apenas expõem as vergonhosas chantagens de Washington, como o uso do FMI com fins políticos gerais, abrangendo mesmo interesses particulares, como o caso de Joe Biden. Negar estas evidências, ou ocultá-las não apenas é algo de caráter malicioso, como mesmo antiético em virtude do papel que o FMI tem tido há décadas na expropriação de riquezas de uma série de países, e que os levou a várias vezes ao caos social e econômico, como a Venezuela em 1989, o México na década de 1990 e a Argentina em 1999- apenas para ficar em alguns dos exemplos ocorridos na América Latina.
Não somente a credibilidade das relações da presidencia estadunidense e do FMI com países pelo mundo estão postas em questão, como também a própria capacidade dos países afetados de estabelecerem algum nível de soberania política no atual modelo financeiro internacional presidido pelo FMI- que no caso do governo ucraniano observa-se que é zero. A guerra econômica estabelecida por parte dos Estados Unidos, concentrada em manter sua hegemonia política a nível mundial não tem encontrado limites éticos e morais. No entanto, é necessário salientar a conivencia das elites políticas e econômicas destes diversos países.
No caso ucraniano, Poroshenko, em nenhum momento, assim como seus dois primeiro-ministros, Arseniy Yatsenyuk– o Nice guy (Garoto legal) de Victoria Nuland-, bem como Volodymir Groysman- citado anteriormente-, trabalhou para dificultar a submissão do país ao FMI, consequentemente aos Estados Unidos, e uma parceria com a OTAN. Mesmo que para isso, tenha sido necessário abrir passagem para a instauração de um Estado autoritário no país, capitaneado por inclusive forças fascistas, bem como a destruição de toda a capacidade produtiva nacional, jogando milhões de pessoas no desemprego e pobreza.
Para Zelensky, presidente de um país empobrecido, localizado na pior crise econômica de sua história, e que vê hoje somada a instabilidade política, a pandemia da Covid-19 no país- cuja transparência é baixa-, é um ’’presente divino’’. Poroshenko e boa parte da oposição- com exceção os antigos membros do Partido das Regiões, que era parte do governo Yanukovich- podem acabar presos, aumentando consideravelmente a popularidade do presidente, bem como fortalecendo sua proximidade com a presidencia dos Estados Unidos, sem afetar suas relações com a União Europeia. Ainda que no fim de tudo, as relações do país sejam estremecidas com o FMI, Zelensky sairia vitorioso porque tanto a União Europeia, quanto Ihor Kolomoysk, estariam dispostos a lhe prestar assistência.
Ihor Kolomoysk inclusive, sairia como o maior vitorioso desta batalha que trava com as forças políticas ao redor de Poroshenko, podendo, como já está tentando retomar o monopólio de suas propriedades na Ucrânia, o que poderia significar o início de um novo acordo político geral no país após o fracasso da Euromaidan. Um pacto que Zelensky- em acordo inclusve com seu plano de governo- buscaria incluir as rebeladas Donetsk e Lugansk mediante a um diálogo em que cedesse seus pedidos. A Rússia também estaria inserida neste grande plano em construção.
No entanto, não deixará de ser curioso, que a própria Procuradoria Geral da Ucrânia, pivô inicial dessa situação, mediante a esta evidência escandalosa, poderá acabar forçando a todos de uma forma ou de outra a conhecerem este lado oculto da Casa Branca, e que implica o já desgastado FMI. Investigações sobre o caso foram oficialmente abertas no dia 21 de maio, e Biden poderá ser inclusive intimado em plena campanha presidencial a se defender em Kiev de um caso, que segundo o The New York Times, é desinformação russa, divulgada por um parceiro de Yanukovich, que é agente do Kremlin- o cúmulo do ridículo!
O FMI, cuja moral e credibilidade decrescem anualmente se vê mediante a um enorme escândalo que é ainda a ponta de um iceberg. A possibilidade dos procuradores ucranianos exigirem da organização não apenas reaver as condições contratuais, como mesmo encontrar outras ilicitudes, e porventura vir a exigir ressarcimento é ainda maior. Um precedente histórico para que outros países que sofreram danos irreversíveis também reinvindiquem um lugar nas investigações contra o órgão central do capitalismo financeiro ocidental e estadunidense- isso sem contar com o crescimento da sólida capacidade financeira de ação chinesa em todo o mundo. Um efeito dominó que poderia, e poderá ser devastador para o poderio estadunidense sobre o sistema financeiro internacional.
Isso para os portais midiáticos e agências de notícias que defendem agendas neoliberais seria assustador! Joe Biden, o epicentro de todo este furacão, por sua vez, que colhe os frutos daquilo que plantou no seu estímulo à Euromaidan, é apenas um efeito colateral. No caso de um ’’incêndio maior’’, e onde seja necessário seu afastamento, não apenas os democratas nem pensarão duas vezes em defenestrá-lo para salvar a ’’honra moral’’ do FMI, como fariam o possível para manter o caso encoberto enquanto Biden é bombardeado públicamente. Ainda que tudo isto venha a custar a presidência de um ou uma democrata no Salão Oval para o desespero da Família Clinton.
Trump, o grande vencedor desta batalha, sai fortalecido, mas não ileso, pois sua chantagem com Zelensky, cujo conhecimento é público, teve um alto custo, e desatou uma guerra entre as instituições dos Estados Unidos, onde tem sido evidente que boa parte da inteligência é sua inimiga. Fatos que não apenas desestabilizam seu governo, como aliados a pandemia da Covid-19, tornam sua presidencia uma das mais ineficientes da história do país.
No entanto, aqui uma pergunta é bem cabível. Depois de toda essa guerra de escândalos, bem como o uso do aparato Estatal ucraniano, FMI e entre outros, ao bel prazer dos interesses dos Estados Unidos, quem pagará a caríssima conta de todas as consequências materiais das aventuras de Biden na Ucrânia? A Euromaidan, em seu fim retorna ao ponto inicial, isto é, o problema da corrupção, e deixa como herança para o povo da Ucrânia após essa ’’cruzada’’ um Estado falido, desarticulado, empobrecido e humilhado.
As forças armadas da Federação Russa no curso da operação militar especial em andamento assumiram o controle total de todo o território da região de Kherson.
Isso acaba de ser anunciado pelo representante oficial do Ministério da Defesa da RF, general Igor Konashenkov.
O agrupamento de tropas da Donetsk, continuando as operações ofensivas, rompeu as defesas dos nacionalistas ucranianos, tomou o controle do Assentamento de Panteleimonovka e alcançou a linha Verkhnetoretskoye – Novoselovka-2.
Na região de Kiev, perto A aldeia de Guta-Mezhigorskaya foi capturada por unidades de tropas aerotransportadas russas na noite de 14 de março, um reduto de nacionalistas e mercenários estrangeiros.
10 sistemas de mísseis antitanque Javelin de fabricação americana e vários outros tipos de armas fornecidas por países ocidentais à Ucrânia foram confiscados.
Todos os sistemas antitanque Javelin capturados e outras armas estrangeiras estão sendo transferidos para unidades da Milícia Popular das Repúblicas Populares de Donetsk e Lugansk.