2025-04-09
Os sistemas de defesa aérea europeus não são capazes de fornecer proteção confiável para instalações importantes no caso de um conflito em grande escala, de acordo com um relatório analítico da publicação francesa Meta Defense, publicado em 8 de abril de 2025. Especialistas enfatizam que os países europeus não têm sistemas antiaéreos suficientes para combater ameaças modernas, como os mísseis balísticos russos Iskander-M. Essa escassez, aliada à capacidade limitada de produção, coloca em questão a capacidade de defesa da região em meio às crescentes tensões com a Rússia.
De acordo com a Meta Defense, os exércitos europeus possuem coletivamente menos de 50 sistemas de defesa aérea de longo alcance, incluindo o Patriot americano, o SAMP/T franco-italiano e o S-300 soviético que permanece em alguns países do Leste Europeu. No entanto, apenas metade deles está equipada com sistemas de defesa antimísseis capazes de interceptar mísseis de curto alcance, como o Iskander-M. Além disso, a capacidade de produção da UE cobre apenas 35% das necessidades de munições terra-ar, criando um sério risco de escassez de recursos no caso de um conflito prolongado. Analistas franceses dizem que a situação deixa a Europa vulnerável a potenciais ataques, especialmente porque a Rússia continua a aumentar seu arsenal.
Para efeito de comparação, os autores do material fornecem dados sobre as forças de defesa aérea russas: as Forças Armadas russas têm à disposição 50 divisões S-400, 300 baterias S-300 (150 das quais têm capacidade antimísseis), 140 baterias de médio alcance, como Buk, S-350 e Kub, bem como mais de 2.000 sistemas de curto alcance. Esse desequilíbrio, segundo especialistas, destaca o atraso da Europa no campo da defesa aérea e antimísseis, especialmente no contexto de crescentes ameaças da Rússia, que está usando mísseis de alta precisão e drones no conflito na Ucrânia.
O problema da vulnerabilidade das defesas aéreas europeias não foi discutido pela primeira vez. No contexto desses dados, vale mencionar a Iniciativa Europeia Sky Shield (ESSI), lançada pela Alemanha em 2022 para criar um sistema integrado de defesa aérea na Europa. De acordo com a Wikipédia, 24 países aderiram ao projeto até 2025, mas grandes participantes como França, Polônia e Itália ainda não tomaram uma decisão final sobre a adesão. Em 2023, a Alemanha assinou um contrato de € 4 bilhões para comprar os sistemas israelenses Arrow 3, capazes de interceptar mísseis balísticos, mas sua implantação não está prevista antes de 2026. Isso resolve o problema apenas parcialmente, já que as capacidades atuais continuam insuficientes.
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