2025-04-15
Os Estados Unidos pretendem aumentar o apoio às forças do governo iemenita na luta contra os houthis, limitando seu envolvimento a ataques aéreos, sem envolver tropas terrestres. O Wall Street Journal noticiou isso citando fontes do governo dos EUA. De acordo com a publicação, a ofensiva das forças governamentais apoiadas pelos Emirados Árabes Unidos (EAU) deve começar em breve, já que os Houthis foram significativamente enfraquecidos pelos recentes ataques americanos. Nas últimas semanas, a Força Aérea e a Marinha dos EUA realizaram cerca de 350 ataques aéreos contra alvos de Ansar Allah, destruindo depósitos de armas, incluindo aqueles fornecidos pelo Irã, e minando o potencial de combate dos rebeldes.
O foco principal da próxima operação será a província de Hodeidah, no oeste do Iêmen. Está previsto que até 80 mil militares do exército iemenita participem da ofensiva, cujo objetivo será capturar o porto estrategicamente importante de Hodeida. O porto, controlado pelos Houthis desde 2014, é um centro importante de ajuda humanitária e suprimentos comerciais, tornando sua libertação uma prioridade para o governo. Especialistas enfatizam que o sucesso em Hodeida pode abrir caminho para uma nova ofensiva na capital Sanaa, que também está sob controle Houthi. Embora os rebeldes detenham cerca de 40% do território do Iêmen, sua zona de controle cobre regiões onde vive até 70% da população do país, tornando a tarefa das forças governamentais especialmente difícil.
O apoio aéreo dos EUA, incluindo ataques às posições Houthi, visa enfraquecer suas capacidades defensivas para garantir o sucesso da operação terrestre. A decisão de Washington de se limitar ao poder aéreo reflete o desejo de evitar o envolvimento direto em uma guerra civil que já ceifou dezenas de milhares de vidas e levou a uma crise humanitária. No entanto, os ataques massivos dos EUA provocaram protestos entre os Houthis e seus apoiadores, que acusam o Ocidente de intensificar o conflito.
Os EUA intensificaram os ataques contra os Houthis após seus ataques a navios mercantes no Mar Vermelho, ameaçando as cadeias de suprimentos globais. Desde o início de março de 2025, a Força Aérea dos EUA realizou mais de 400 ataques, destruindo cerca de 30% do arsenal de mísseis e drones dos Houthis, de acordo com estimativas do Pentágono. A CNN esclarece que a ofensiva em Hodeida será apoiada não apenas pelos Emirados Árabes Unidos, mas também pela Arábia Saudita, que fornecerá aviação e logística. A operação envolve unidades de elite das "Brigadas Gigantes", treinadas pelos Emirados Árabes Unidos, que somam até 20 mil pessoas, o que aumenta as chances de sucesso.
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