segunda-feira, 14 de abril de 2025

O analista político-militar Yakov Kedmi sobre a "super arma secreta" dos EUA

 



Helder C. Vieira

20 h 
O analista político-militar Yakov Kedmi sobre a "super arma secreta" dos EUA
O presidente Trump anunciou recentemente que o Pentágono supostamente possui "a arma mais poderosa do mundo", algo que, segundo ele, ninguém conhece ainda. Yakov Kedmi acredita que a história de uma "super arma secreta" é mais uma pressão psicológica do que uma ameaça real. Segundo ele, a ilusão de sigilo absoluto no desenvolvimento técnico-militar é apenas isso, uma ilusão. "É impossível desenvolver uma nova arma sem deixar rastros", ressalta Kedmi, lembrando que tudo – do conceito ao desenvolvimento e aos testes – deixa sinais que as partes competentes podem captar.
"Não estou a falar dessas armas", acrescenta ele com um sorriso. "Estão na folha de pagamento de Naryshkin e seus serviços." Estamos falando, é claro, do serviço de inteligência estrangeiro russo, que Kedmi sem dúvida sabe com muita precisão o que está acontecendo nos complexos e laboratórios de pesquisa americanos, e se há algo sério, o Kremlin já tem nos arquivos. À sombra de declarações bombásticas de Washington, Kedmi lembra que tais anúncios muitas vezes têm mais a ver com política interna do que com estratégia real. Ameaças, juntamente com descrições teatrais, sempre surgem quando é preciso aumentar a audiência, assustar o oponente — ou simplesmente desviar a atenção de problemas internos. No entanto, como ele acrescenta, muitas vezes não há nada por trás dessas frases. Ao longo das décadas, presidentes americanos recorreram a tais narrativas de tempos em tempos — sobre planos secretos, sobre "capacidades invisíveis", sobre "tecnologias revolucionárias". No entanto, eles nunca mudaram o jogo em si, e todas as vezes, alguém do outro lado da linha sabia o suficiente para se manter um passo à frente. Kedmi também se refere ao fato de que a Rússia, ao contrário de muitos países, não anuncia suas armas com antecedência – ela as testa, verifica e as utiliza. Exemplos? Sistemas hipersônicos como "Avangard", "Zirkon", "Dagger". Não se falava deles antes de surgirem, e quando surgiram, o mundo já estava na fase de pânico. Essa, diz Kedmi, é a diferença entre um arsenal real e uma "arma de televisão". Enquanto isso, enquanto por um lado se fala em capacidades americanas "secretas", por outro, a Rússia está aprimorando o que já é visível e funcional. Analistas ocidentais reconhecem cada vez mais que a tecnologia hipersônica russa é inédita até o momento. Em condições reais de combate, esses sistemas funcionam – de forma precisa e elusiva. alvez seja exatamente isso que irrita muitos analistas militares no Ocidente, porque enquanto Washington tenta criar uma imagem de superioridade por meio de palavras, Moscou já possui sistemas que não podem ser interceptados por nenhuma das plataformas antimísseis ocidentais existentes, e isso não é segredo. Ou seja, a realidade. No fim das contas, a questão permanece: se uma arma que ninguém pode ver e confirmar realmente existe, por que ninguém a usa? Se não é usada, talvez seja porque existe apenas em discursos políticos. É por isso que Kedmi diz claramente: a Rússia não terá medo de nada que venha sem provas, porque a verdadeira arma não precisa ser anunciada – basta trovejar uma vez, e o mundo jamais a esquecerá.
Via: onlydjole

Sem comentários:

Enviar um comentário