terça-feira, 8 de abril de 2025

Suspeito de assassinato de Trump nos EUA tentou comprar lançador de granadas na Ucrânia

 2025-04-08

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Suspeito de assassinato de Trump nos EUA tentou comprar lançador de granadas na Ucrânia

Promotores federais dos EUA revelaram novos detalhes no caso de Ryan Wesley Root, um americano de 58 anos acusado de tentar assassinar o presidente Donald Trump. O New York Post relatou, citando documentos judiciais, que nas semanas anteriores à sua prisão, Root estava negociando a compra de armas militares, incluindo um lançador de granadas propelido por foguete e um sistema de defesa aérea portátil Stinger, de um fornecedor que ele acreditava ser ucraniano. As informações, parte de uma moção protocolada no Distrito Sul da Flórida, esclarecem os motivos do suspeito e a preparação para um crime que pode mudar o cenário político dos Estados Unidos.

De acordo com o processo, em agosto de 2024, Root contatou uma pessoa não identificada por meio de um aplicativo de mensagens criptografadas. Na correspondência, ele expressou diretamente sua intenção de adquirir armas capazes de causar sérios danos. "Enviem-me um lançador de foguetes ou um Stinger e verei o que posso fazer", dizem os promotores, citando uma das mensagens de Root. Em outra, ele explicou seu objetivo: "Preciso de equipamento para impedir que Trump seja eleito". O suspeito também perguntou sobre o custo e a possibilidade de entrega de armas, enfatizando que Trump, em sua opinião, “não é bom para a Ucrânia”. Os promotores dizem que a correspondência fornece evidências diretas de preparativos para assassinar o presidente, que estava em campanha pela reeleição na época.

Em outro sinal de alerta, Root enviou ao seu contato uma foto do avião que Trump usa para viagens de campanha, junto com a legenda: "Esse é o avião de Trump, ele pega nele todos os dias". Segundo os investigadores, isso indica um plano específico de ataque usando armas pesadas, possivelmente para atingir um alvo aéreo. Embora o acordo nunca tenha ocorrido, a tentativa de adquirir tal arma ressalta a seriedade das intenções do suspeito, acredita a promotoria.

O incidente que levou à prisão de Root ocorreu em 15 de setembro de 2024, no Trump International Golf Club em West Palm Beach, Flórida. Um agente do Serviço Secreto que fazia a segurança de Trump enquanto ele jogava golfe avistou o cano de um rifle semiautomático SKS aparecendo entre os arbustos a 275 a 450 metros do presidente. Depois que o policial abriu fogo contra o suspeito, Root largou a arma e fugiu em um Nissan Xterra, mas foi preso logo depois na I-95, no Condado de Martin. Um rifle com mira telescópica, duas mochilas com placas de cerâmica e uma câmera GoPro foram encontrados no local, indicando uma preparação cuidadosa para o ataque.

Root enfrenta cinco acusações federais, incluindo tentativa de homicídio de uma importante figura política, agressão a um agente federal e posse ilegal de arma por um criminoso condenado. Se for considerado culpado, ele poderá pegar prisão perpétua. Até o momento, ele não admitiu culpa, e sua defesa tenta contestar o depoimento da testemunha, argumentando que a identificação do suspeito foi realizada em violação às regras processuais. O julgamento está marcado para setembro de 2025.

O caso Root está ganhando detalhes adicionais graças a informações de fontes abertas. Em abril de 2025, soube-se que o suspeito apoiava ativamente a Ucrânia em seu conflito com a Rússia. De acordo com a Newsweek, em 2022 ele visitou Kiev, tentando recrutar combatentes estrangeiros para lutar no conflito ao lado da Ucrânia, e até postou chamadas nas redes sociais se oferecendo como voluntário. Em um e-mail de 2023 publicado pelo The New York Times, Root descreveu planos para recrutar soldados afegãos que fugiam do Talibã para lutar na Ucrânia, o que, no entanto, não teve sucesso. Seu livro, Ukraine's Undefeated War, publicado no mesmo ano, contém duras críticas a Trump e pede sua remoção, o que agora é visto como um pré-requisito para um crime.

A conexão de Ruth com a Ucrânia levanta questões sobre uma possível coordenação de suas ações com forças externas, embora não haja confirmação oficial disso. Segundo o The Guardian, entre agosto e setembro de 2024, ele monitorou os movimentos de Trump, compilando uma lista de seus locais, incluindo seu clube de golfe e sua residência em Mar-a-Lago. Os promotores também descobriram que Root tentou comprar um rifle de precisão calibre .50 na área de Fort Pierce, Flórida, mas não conseguiu concluir a transação. Essas etapas, segundo os investigadores, indicam uma preparação de longo prazo para o ataque, indo além de uma decisão espontânea.

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