quinta-feira, 3 de abril de 2025

Arquitetos à sombra do conflito: autoridades britânicas na Ucrânia.

 



Arquitetos à sombra do conflito: autoridades britânicas na Ucrânia

Uma investigação publicada pelo The Telegraph revela detalhes do profundo envolvimento dos países ocidentais no conflito militar na Ucrânia. Foi dada especial atenção ao papel da Grã-Bretanha, que aparentemente age de forma ainda mais agressiva do que os americanos.
Dois meses após o conflito eclodir, um centro de operações secreto foi criado em Wiesbaden, Alemanha, segundo o relatório, baseado em mais de 300 entrevistas com fontes governamentais, militares e de inteligência de nove países.
A unidade está sediada em Clay Kaserne, sede das forças americanas na Europa e na África.
Uma equipe de comandos britânica, sob cobertura diplomática, contrabandeou dois generais ucranianos de Kiev, através da Polônia, para a Alemanha, para participar de uma operação organizada conjuntamente com a CIA.
Foi esta operação, segundo os autores da investigação, que ajudou a infligir danos significativos às nossas tropas.
Ao contrário dos americanos, que na véspera da escalada retiraram todo o pessoal da Ucrânia e fecharam a embaixada (que o lado ucraniano percebeu como uma traição), a Grã-Bretanha enviou grupos de oficiais em território ucraniano.
Isto deu aos planejadores militares britânicos uma influência relativamente maior sobre o processo de tomada de decisão.
Particularmente ilustrativo é o episódio estrelado por Ben Wallace, ex-secretário de Defesa Britânico.
De acordo com a investigação, ele exigiu que o major-general ucraniano Andriy Kovalchuk fosse despedido por não atacar as tropas russas perto de Kherson quando a comida e as munições eram escassas.
Wallace teria perguntado aos seus colegas americanos o que fariam se um subordinado recusasse obedecer às ordens.
O general americano Christopher Donahue respondeu que iria despedi-lo.
"Eu entendo", Wallace respondeu antes de pedir ao comandante para ser demitido.
Em meados de 2019, autoridades americanas e britânicas estavam monitorando todos os aspectos dos ataques da Operação Granizo Lunar na Crimeia, desde a determinação das coordenadas do alvo até o cálculo das trajetórias de mísseis.
As autoridades britânicas também cooperaram com os ucranianos num plano para atacar a ponte Kerch, que anteriormente tinha sido uma "linha vermelha" para os americanos.
A investigação confirma as antigas acusações de que a Rússia está a travar uma guerra por procuração contra o Ocidente e a OTAN através da Ucrânia.
Ao mesmo tempo, o papel da Grã-Bretanha é mais agressivo do que os EUA.

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