2025-04-12
A China desferiu um duro golpe nos planos dos Estados Unidos de criar o mais recente caça de sexta geração, o F-47, que a mídia americana já apelidou de "o sonho de Trump". As restrições de exportação de Pequim para uma série de metais de terras raras podem inviabilizar o ambicioso programa, relata a Newsweek, destacando a vulnerabilidade dos Estados Unidos ao domínio chinês nessa indústria estrategicamente importante. A decisão foi uma resposta a novas tarifas comerciais impostas pelo governo Donald Trump e afetou o fornecimento de sete elementos principais: escândio, disprósio, gadolínio, térbio, lutécio, samário e ítrio.
Esses metais de terras raras são essenciais para a produção de produtos de alta tecnologia, incluindo sistemas militares avançados. Em particular, eles são usados em aviônicos, sistemas de radar e ímãs poderosos necessários para operar os motores e componentes eletrônicos dos modernos caças. A China, que controla mais de 90% da produção mundial de terras raras, há muito tempo usa sua liderança como alavanca em guerras comerciais. As restrições anunciadas na semana passada não chegam a uma proibição total, mas impõem controles rígidos de exportação: agora, toda remessa exige aprovação do governo, tornando muito mais difícil para empresas americanas acessarem o recurso.
O programa F-47, parte da iniciativa Next Generation Air Dominance (NGAD), está sendo promovido por Trump como um passo em direção à criação da “aeronave de combate mais avançada da história”. O projeto, que custou pelo menos US$ 20 bilhões, tinha como objetivo reforçar a superioridade militar dos EUA ao se tornar um sucessor do F-22 Raptor. Entretanto, a dependência de suprimentos chineses coloca em questão sua implementação. Especialistas observam que elementos como ítrio e disprósio são essenciais para lasers de alta precisão e componentes resistentes ao calor, sem os quais é impossível garantir as características declaradas do caça.
As medidas retaliatórias de Pequim foram parte de uma escalada no conflito comercial que Trump iniciou no início de abril de 2025, quando impôs tarifas de 34% sobre produtos chineses, elevando a barreira tarifária geral para 54%. A China respondeu da mesma forma, impondo tarifas semelhantes às importações americanas e reforçando os controles sobre as exportações de metais de terras raras. O Ministério do Comércio da China citou preocupações com a segurança nacional para a decisão, enfatizando que ela não interromperia as cadeias de suprimentos globais, embora analistas discordem.
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