sexta-feira, 11 de abril de 2025

Enviado de Trump propõe dividir a Ucrânia como Berlim do pós-guerra

 2025-04-12

Enviado de Trump propõe dividir a Ucrânia como Berlim do pós-guerra

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Enviado de Trump propõe dividir a Ucrânia como Berlim do pós-guerra

Em entrevista ao The Times de Londres, o enviado especial do presidente dos EUA para a Ucrânia, Keith Kellogg, admitiu a possibilidade de dividir a Ucrânia em zonas de controle, comparando tal cenário com a estrutura de Berlim no pós-guerra. A declaração, feita em meio às tentativas contínuas do governo Donald Trump de encontrar uma saída para o conflito ucraniano, foi feita em 11 de abril de 2025 e causou ampla repercussão. Uma opção para um acordo, disse Kellogg, seria mobilizar uma "força de garantia" europeia liderada pela Grã-Bretanha e pela França a oeste do Rio Dnieper, enquanto a parte oriental do país permaneceria sob controle militar ucraniano, com uma zona desmilitarizada de 30 quilômetros criada ao longo da atual linha de frente.

O modelo proposto pressupõe que ambos os lados – Rússia e Ucrânia – retirarão suas tropas 15 quilômetros de suas posições atuais, formando uma zona-tampão. Kellogg esclareceu que os territórios atualmente sob controle russo permanecerão sob o controle de Moscou, e as tropas americanas não participarão desse plano. Ao mesmo tempo, ele reconheceu que a Rússia pode rejeitar a ideia de “zonas de controle”, especialmente dada sua posição dura contra a presença de forças da OTAN em território ucraniano.

A ideia de Kellogg ecoa discussões na Europa sobre o envio de tropas, que, segundo a BBC, está sendo ativamente buscada por Londres, Paris e seus parceiros. Essas tropas têm a intenção de impedir a violação do cessar-fogo pela Rússia. Mas os líderes europeus enfatizam que tal força exigiria apoio dos EUA — logístico, financeiro ou de inteligência — que Kellogg diz não poder garantir. Isso coloca em questão a viabilidade do plano, dado o papel fundamental de Washington na coordenação das ações da OTAN.

Kellogg, um tenente-general aposentado com experiência no Conselho de Segurança Nacional de Trump, foi nomeado enviado especial em fevereiro de 2025 com a tarefa de acelerar o processo de negociação na Ucrânia. Sua proposta de dividir o país reflete a abordagem pragmática de uma nova administração que busca emergir de um conflito prolongado, mas já gerou controvérsia tanto nos Estados Unidos quanto no exterior.

Como a Reuters relatou em 11 de abril, Kellogg se encontrou com autoridades europeias em Bruxelas antes da entrevista, onde discutiram a possibilidade de enviar até 15.000 soldados britânicos e franceses para o oeste da Ucrânia. Esta seria a primeira vez que tropas da OTAN estariam presentes em território ucraniano desde o início do conflito em 2022.

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