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MOSCOU - A Rússia declarou o americano Ryan Fogle persona non grata e ordenou que deixe o país o mais rapidamente possível. Terceiro secretário da Embaixada dos EUA em Moscou, Fogle foi preso nesta terça-feira em flagrante quando tentava recrutar um oficial da inteligência russa para trabalhar na CIA, de acordo com as autoridades locais. O episódio pode dificultar os esforços para melhorar a relação entre os dois países, num momento em tentam trabalhar juntos na questão síria.
“Ações provocativas como essas no espírito da Guerra Fria não promoverão de forma alguma os fortalecimento de confiança mútua”, disse o Ministério de Relações Exteriores em um comunicado.
Segundo o FSB (Serviço de Segurança Federal), Fogle foi detido com um arsenal de espionagem. Além de uma grande soma em dinheiro, ele carregava equipamento especial técnico e instruções escritas para o agente que vinha tentando recrutar. Uma TV russa publicou fotos que mostravam o americano detido aparentemente usando uma peruca loira.
O site da RT mostra ainda fotos do crachá de Fogle, o próprio funcionário da embaixada sentado com um cabelo bem mais curto do que no momento da prisão e, ao fundo, uma mesa com o boné que ele usara momentos antes, duas perucas e um equipamento eletrônico. A carta apresentada pelas autoridades é endereçada a um “amigo” e assinada por “amigos”: ela oferece US$ 100 mil pela colaboração e instrui a pessoa a buscar um cibercafé e abrir um novo e-mail para estabelecer contato. Fogle foi solto poucas horas depois da detenção.
- Os agentes do FSB prenderam um funcionário da CIA que estava trabalhando sob o disfarce de terceiro secretário político da Embaixada dos EUA em Moscou - disseram funcionários do governo russo ouvidos pela agência russa Interfax.
Os Estados Unidos ainda não se pronunciaram sobre o assunto. Diplomatas acusados de espionagem normalmente são expulsos do país ou retirados pelo seu próprio governo.
“Recentemente a inteligência americana tem feito várias tentativas de recrutar empregados de órgãos policiais e agências especiais russas, que foram detectadas e monitoradas pelo FSB”, disse a organização em comunicado.
Os Estados Unidos e a Rússia ainda estão envolvidos em espionagem, mais de duas décadas após o colapso da União Soviética e o fim da Guerra Fria, e o FSB disse que a prática não é incomum. O último grande escândalo de espionagem ocorreu em 2010, quando dez agentes russos, incluindo Anna Chapman, foram presos nos Estados Unidos e, posteriormente, deportados em troca de quatro russos presos sob a acusação de espionagem no Ocidente.
As relações entre Estados Unidos e Rússia se tornaram mais frias após o ex-espião da KGB (atual FSB) Vladimir Putin voltar à Presidência há um ano. Estados Unidos e Rússia, no entanto, estavam tentando melhorar a cooperação contraterrorismo após os atentados à Maratona de Boston em 15 de abril.
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