Obama esteve na Suécia numa curta visita de 24 horas a caminho da cimeira dos G-20 na Rússia. Na sua estada na Suécia nada de muito especial aconteceu. Tudo foi de acordo com o protocolo dessas ocasiões. Seu encontro com a mídia não apresentou nada de novo. Depois dessas 24 horas Obama partiu para o encontro dos G-20, na manhã de 5 de setembro. Essa viagem não deverá ter tomado mais do que uma hora e meia, mais ou menos.
Anna Malm direto de Estocolmo*
Lá em São Peterburgo, que antes da queda da União Soviética era conhecida como Leningrado, Obama deverá ter encontrado uma outra realidade do que a experimentada na Suécia.
Vladimir Putin, presidente da Rússia, vem rejeitando consistentemente as alegações americanas de que o governo da Síria de qualquer maneira estivesse usando armas químicas contra o seu povo. Vladimir Putin caracteriza essas afirmaçoes como extremamente absurdas, como um disparate. Isso ele o faz por boas razões e baseado em evidências substanciais.
Anna Malm direto de Estocolmo*
Lá em São Peterburgo, que antes da queda da União Soviética era conhecida como Leningrado, Obama deverá ter encontrado uma outra realidade do que a experimentada na Suécia.
Vladimir Putin, presidente da Rússia, vem rejeitando consistentemente as alegações americanas de que o governo da Síria de qualquer maneira estivesse usando armas químicas contra o seu povo. Vladimir Putin caracteriza essas afirmaçoes como extremamente absurdas, como um disparate. Isso ele o faz por boas razões e baseado em evidências substanciais.
O Ministro das Relações Exteriores da Russia, o Sr. Sergei Lavrov, depois de ter tomado conhecimento do relatório apresentado pelos americanos tinha concluido que esse relatório não apresentava nenhuma evidência concreta que pudesse apoiar as suposições tomadas por eles como fatos. O Ministro acrescentou que de quando perguntando os americanos a respeito de informação mais substancial a resposta teria sido de que essas não poderiam ser dadas porque eram informações caracterizadas como classificadas, ou seja, secretas.. Entende-se então que o que realmente acontece é que não existem fatos a serem apresentados. [1]
Em 19 de março desse ano um ataque envolvendo substâncias químicas tirou a vida de 26 pessoas no norte da Síria. Esse ataque tinha apresentado todas as indicações de terem sido efetuados pelos rebeldes, dos quais o grupo mais importante e ativo é o grupo terrorista ligado a Al-Qaida, o grupo terrorista conhecido como an- Nusra, grupo esse então, que por incrível que pareça, e ao que tudo indica, continua sendo direta e indiretamente apoiado pelos Estados Unidos. Como isso se enquadraria numa "guerra ao terrorismo" é um assunto ainda por ser discutido, especialmente quando se tiver em vista discussões quanto a responsabilidades a serem distribuidas, e tomadas. Tribunais do tipo de Nuremberg, quando do final da segunda guerra mundial, é o que espontaneamente vem a mente.
Nesse contexto vejamos então o que o respeitado analista Bill Van Auken [1] nos diz a respeito da situação hoje, 5 de setembro:-
- O governo russo publicou na quarta-feira, 4 de setembro, o seu relatório de informações o qual tinha anteriormente sido apresentado as Nações Unidas, ONU. Esse relatório é baseado nas amostras e provas recolhidas por especialistas da Rússia, diretamente na cena do ataque na cidade de Khan al-Assal, cidade essa que fica perto de Aleppo, e na no qual 26 pessoas morreram nesse ataque no qual substâncias químicas foram usadas, no 19 de março do corrente ano. A maioria dos mortos nesse ataque foram os soldados do exército regular do governo sírio.
Baseando-se nas análises dos elementos químicos e dos foguetes usados para lançá-los o relatório concluiu que o ataque tinha sido feito pelas milícias operando na Síria. Ressalto então que há inúmeros grupos terroristas vindo de muitos e muitos países a terrorizar a Síria, e que são essas que são entre outras apoiadas pelo ocidente e seus associados, e as quais denominam de "o povo sírio."
Tem-se então que o relatório afirmava que:-
"Foi determinado que em 19 de março os rebeldes lançaram um foguete Bashair-3 sem guia, contra a cidade de Khan al-Assal, a qual estava abaixo do controle do governo," afirmou o embaixador da Rússia nas Nações Unidas, Vitali Churkin.
" O resultado da análise mostra claramente que os instrumentos usados para o bombardeamento não tinham sido produzidos em fábricas, e que esses continham sarin." As análises químicas, disse o embaixador russo, demonstravam que não se tratava de "a standard chemical charge"- ou seja, "carregamento químico padrão" a ser encontrado em armas de forças governamentais. Em outra palavras, esses instrumentos seriam de construção não profissional. Via de regra instrumentos militares são de uma natureza profissional/militar.
Bill Van Auken disse então que Washington tinha rejeitado a ampla evidência de que os chamados "rebeldes" tinham armas químicas e de que as tinham usado. Ressaltou então que isso dava de cheio com os pretextos manufaturados pelos americanos, e associados, para prosseguirem com uma guerra que levasse a uma mudança-de-regime. A denominação "mudança de regime" é uma maneira ilusória de se apresentar um golpe-de-estado, armado ou não.
Van Auken continua explicando, o que a mim me parece muito assustador, que o Ministério do Esterior da Rússia tinha chamado a Agência Internacional de Energia Atômica da ONU, para que essa providenciasse em urgência uma análise do potencial risco acarretado por um ataque aéreo americano acertando num pequeno reactor nuclear perto de Damasco. As consequências poderiam ser catastróficas e os russos querem ter isso exatamente esclarecido pela ONU.
Van Auken também disse que Vladimir Putin, o presidente russo, falando em Moscou nessa quarta-feira 4 de setembro, tinha advertido contra um ataque unilateral por parte dos Estados Unidos declarando que tudo que, nesse contexto, estivesse fora do Conselho de Segurança da ONU, excepto por própria-defesa, seria agressão. O presidente Vladimir Putin tinha dito que o Congresso Americano poderia no máximo, dadas as circunstâncias, legitimizar uma agressão. O presidente russo ressaltou que isso era inadmissivel, por princípio.
O Presidente Vladimir Putin tinha caracterizado o Secretário de Estado norteamericano John Kerry como um "mentiroso", isso sendo por causa do testemunho do mesmo frente ao comité do Senado americano na terça-feira, 3 de setembro. Perguntado por um senador se seria verdade que os denominados "rebeldes" tinham sido, no decorrer do tempo, infiltrados pela Al-Qaida, Kerry tinha respondido "Não, isso não é, básica e realmente verdade. Isso é basicamente incorreto."
Vladimir Putin explicou que os grupos da Al-Qaeda constituiam os principais escalões militares lutando contra o governo da Síria, e que os americanose deveriam saber disso. O presidente russo disse que para ele então essa mentira tinha sido desagradável e surpreendente. Ele disse também que os representantes russos falavam com os americanos partindo do princípio de que esses seriam pessoas de bem e decentes, mas que se tinha que concluir que o representante oficial americano estava mentindo sabendo muito bem que o que estava dizendo era mentira.
Acrescento então que mesmo depois dos ataques com substâncias químicas de 19 de março, determinado pelos técnicos russos como vindo da parte dos "rebeldes," a administração de Obama continua agindo a respeito dos também trágicos acontecimentos ocorridos nesse último 21 de agôsto como se os "rebeldes" nunca tivessem tido nada a ver com substâncias químicas, e isso mesmo apesar da polícia da Turquia ter apreendido elementos do grupo Al-Nusra, grupo esse ligado a al-Qaeda, trazendo consigo a mortal substância química sarin. E agora aqui estamos. A espera de uma guerra ilegal e criminosa.
Referências e Notas:
[1] Bil Ban Auken, "Global tensions over Syria on eve of G-20 summit" - www.wsws.org - World Socialist Web Site.
-Todos os Direitos Reservados-
Anna Malm* http://artigospoliticos.wordpress.com
*Anna Malm é Correspondente de Pátria Latina na Europa
http://www.patrialatina.com.br/editorias.php?idprog=0602010799626e1f69fb1bfbcb017dcd&cod=12393
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